A nova escalada da guerra na semana passada se refletiu no milho. As Forças russas realizaram um ataque contra instalações de armazenamento de grãos na Ucrânia, localizadas às margens do rio Danúbio.
Essa área é de extrema importância para a exportação dos grãos ucranianos atualmente.
Isso resultou em muitas oscilações acompanhadas de valorizações em Chicago para o milho.
Por aqui, as exportações brasileiras de milho seguiram lentas. A soja ainda continua ocupando boa parte dos interesses de negociação do mercado brasileiro, e consequentemente, acaba competindo com as negociações de milho.
Isso tem sido um contrapeso importante para valorização do cereal.
Já nos EUA, houve aumento da seca no Meio-Oeste. Na quinta-feira, dia 27, o Centro Nacional de Mitigação da Seca, apresentou um aumento de 4% na seca dos estados produtores de milho, para 59%.
Isso trouxe, novamente, uma preocupação para o real potencial de produção dos EUA.
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Chicago baixa
Diante disso, as cotações de Chicago finalizaram a semana cotadas a US$ 5,22 o bushel (-1,14%) para o contrato com vencimento em setembro/23.
E o mercado físico brasileiro teve uma semana mista, dependendo da região, com baixo interesse de negociação dos produtores.
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O que esperar da semana?
O conflito geopolítico continuará no radar nos próximos dias.
Após os ataques nas instalações portuárias no Rio Danúbio, o sentimento de imprevisibilidade e preocupação tomou conta do mercado.
Diante disso, qualquer movimentação nova, envolvendo Rússia e Ucrânia, poderá trazer mais volatilidade para Chicago.
Assim como o clima nas lavouras americanas continuará no centro das atenções.
Segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), os prognósticos indicam temperaturas amenas e presença de chuvas mais generalizadas, principalmente, no Corn Belt.
Caso seja confirmado, poderá resultar em movimentos negativos para Chicago.
Desta forma, as lavouras nos EUA poderão continuar estáveis.
Apesar de irregulares, as chuvas continuaram presentes no Meio-Oeste durante a semana. Com isso, poderá manter o nível de qualidade das lavouras boas/excelentes, gerando o sentimento positivo na expectativa de oferta do cereal.
Gripe aviária
Por aqui, a gripe aviária continuará em monitoramento. Mais oitos estados decretaram estado de emergência pela doença, reforçando o estado de atenção do mercado.
Apesar disso, esse cenário não compromete o status do Brasil como país livre da gripe aviária, até o momento.
Exportações vão crescer
O mês de julho surpreendeu negativamente com números modestos em relação à exportação de milho.
Apesar disso, ainda há boas expectativas para os próximos meses, onde o milho deve se sobressair em relação às exportações de soja a partir de agosto.
Em síntese, as cotações poderão continuar se desvalorizando.
A tendência de desvalorização das cotações do cereal deve continuar, por conta, principalmente, da evolução da colheita brasileira.
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Fonte: Grão Direto www.graodirerto.com.br