Continuidade das negociações sobre o acordo do Mar Negro, o plantio da segunda safra de milho e mais uma queda na expectativa da produção da Argentina marcaram a semana passada para o milho no mundo.
Diante disso, as cotações de Chicago finalizaram a semana sendo cotadas a US$ 6,35 o bushel (+2,75%) para o contrato com vencimento em maio/23.
As negociações do acordo de exportação de grãos do Mar Negro continuam, e há uma concessão de renovação.
Entretanto, neste momento, há um embate em relação à extensão do acordo, em que a Rússia defende uma renovação de 60 dias e as Nações Unidas, Turquia e Ucrânia, uma extensão de 120 dias.
Um período de extensão mais curto aumenta de forma significativa os riscos envolvendo a logística para os navios, considerando que demora, em média, 40 dias para finalizar todo o processo de carregamento e liberação.
Safrinha mais lenta
O plantio da safrinha 2023 continua progredindo, porém teve um ritmo mais lento na semana.
De acordo com a Conab, houve evolução de 8,9% durante a semana, para 72,5% em nível nacional.
Apesar do avanço significativo, ainda encontra-se com 14,9% de atraso em relação ao ano anterior.
No geral, as lavouras seguem em bom desenvolvimento, mas ainda precisam da continuidade do clima favorável.
Embarques volumosos
As exportações brasileiras continuam aquecidas, se comparadas ao ano anterior.
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em apenas oito dias úteis de março, o Brasil exportou em torno de 730 mil toneladas de milho, superando as 14 mil toneladas embarcadas em todo mês de 2022.
Isso reforça a continuidade da demanda internacional pelo milho brasileiro, principalmente por parte da China, que tem 2023 como o primeiro ano de importações liberadas para o milho brasileiro.
Clima favorecendo
O clima continuará favorecendo a continuidade do plantio no Brasil durante a semana.
Mas começa a apresentar dúvidas em relação à sua sucessão, com a chegada do outono no Brasil.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta que essa estação é caracterizada pela transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco, principalmente no Brasil Central.
Esse cenário poderá frustrar a expectativa de produção recorde.
Notícias sobre a renovação do acordo de exportação envolvendo Rússia e Ucrânia poderão provocar movimentação nas cotações.
Principalmente se houver algum tipo de resistência ou exigências adicionais de alguma das partes envolvidas.
O mercado espera que o acordo seja renovado por mais 120 dias e a exportação de milho continue.
As cotações brasileiras poderão continuar pressionadas diante das projeções otimistas de produção no país, e dessa forma, ter uma semana de desvalorização.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br