A semana passada foi marcada pela divulgação dos primeiros números sobre as previsões da safra norte-americana.
E também pela continuidade do atraso no plantio da segunda safra brasileira.
Diante disso, as cotações de Chicago finalizaram a semana sendo cotadas a US$ 6,50 o bushel (-4,13%) para o contrato com vencimento em março/23.
O Outlook Fórum do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que safra americana 2023/24 poderá ter um aumento de área.
E atingir 383,18 milhões de toneladas. A segunda maior da história.
Os custos de insumos em queda favoreceram esse avanço.
Quanto às exportações, o USDA também projeta um aumento diante das incertezas envolvendo a Ucrânia.
Safrinha atrasada
O atraso na colheita da soja continua impactando o plantio do milho safrinha e começa a preocupar o mercado.
Pois caso esse prazo continue se estendendo, chegando ao fim da janela ideal de plantio, a cultura poderá sofrer com o maior período de desenvolvimento em condições climáticas desfavoráveis.
Dessa forma, a sua produtividade será afetada de forma negativa, afinal, uma quebra de safra do milho é muito preocupante perante ao cenário projetado de um volume recorde de exportações.
Mesmo com o aumento de área de plantio nos Estados Unidos, uma quebra na safrinha brasileira deixaria o balanço mundial de milho apertado, afetando a oferta global.
Apesar do mercado estar, neste momento, totalmente voltado para comercialização de soja, as exportações de milho ainda continuam aquecidas.
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até o último dia 20, o Brasil exportou 1,6 milhão de toneladas contra 768 mil toneladas do mês de fevereiro de 2022.
Demanda aquecida
A demanda continuará aquecida, principalmente com a presença da China entre os principais compradores.
Pelo lado da oferta, a queda de produção no Rio Grande do Sul, a quebra na Argentina e as incertezas quanto ao escoamento do cereal da Ucrânia na Europa serão fatores que continuarão pressionando as cotações do mercado brasileiro para cima.
Seca na Europa
No médio a longo prazo, o mercado começa a olhar para o clima europeu, por conta de fatores como as temperaturas mais amenas durante o inverno e menores volumes de neve.
Isso indica que a Europa pode estar se encaminhando para uma forte seca.
Além disso, França, Itália, Espanha e Alemanha são os principais países que fornecem milho para a demanda interna da União Europeia (UE).
Mais importações dos europeus
E uma forte seca nesses países ocasionaria uma potencial baixa de produção. E, consequentemente, a necessidade de importação do grão de outros países.
Nesse viés, a demanda voltaria para o maior produtor de milho no continente europeu, que é a Ucrânia, que ainda se encontra em guerra e com uma baixa expectativa de produção.
Diante disso, se confirmado o cenário de baixa produção na Europa, a demanda europeia se voltaria para o Brasil e Estados Unidos.
Sendo assim, as cotações brasileiras poderão ter uma semana de desvalorização em relação à semana anterior.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br
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