Entre as ações para dar fim ao foco da doença de Newcastle em Anta Gorda/RS, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) mobilizou 89 servidores, entre fiscais estaduais agropecuários, técnicos agrícolas e outros.
E, assim, com vigilância ativa e barreiras sanitárias garantiu ao Ministério da Agricultura e Pecuária a possibilidade de comunicar o encerramento do foco na última quinta-feira, 25, a secretaria.
Neste fim de semana foram concluídas todas as visitações a propriedades com criações avícolas nas áreas de perifoco (a três quilômetros do foco) e de vigilância (a dez quilômetros do foco).
A fiscal estadual agropecuária Brunele Weber Chaves, da Regional Alegrete, atendeu à convocação da Seapi para atuar na contenção do foco e ficou sete dias realizando as atividades de vigilância, com visitação a granjas comerciais e propriedades com criações de subsistência.
Foram organizadas oito equipes, com dois médicos veterinários cada uma, para realizar a vistoria nas propriedades.
Uma equipe foi designada só para visitar as granjas comerciais incluídas na área perifocal, enquanto as demais fizeram as visitas às criações de subsistência.
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“As áreas de perifoco e de vigilância foram divididas em quadrantes, atribuídos a cada equipe. Eu e mais um colega vistoriamos cerca de 200 propriedades nos quadrantes pelos quais ficamos responsáveis”, conta Brunele.
A fiscal relembra que a região do foco sofreu com as fortes enchentes de maio, o que dificultou o trabalho de vigilância.
“Enfrentamos pontes e bueiros caídos, tivemos que fazer desvios para chegar nas propriedades. Algumas áreas sofreram com desmoronamento de terra e a condição das estradas não era boa, então foi um fator bem desafiador para que a gente concluísse o trabalho”, destaca.
Barreiras sanitárias
Das oito barreiras sanitárias montadas no início da contenção do foco, três continuam em atuação, 24 horas por dia.
A Brigada Militar mobilizou 50 servidores para atuarem como apoio à Secretaria da Agricultura nessas atividades.
Os “barreiristas” trabalham em escala de seis horas, totalizando quatro equipes por barreira.
Fazem a desinfecção de veículos e controlam a movimentação de animais, camas aviárias, esterco e demais produtos que possam carregar o vírus causador da doença.
“No momento inicial, em que foram posicionadas oito barreiras sanitárias, inserimos um servidor da Secretaria da Agricultura em cada barreira, contando com o auxílio da Brigada e de funcionários cedidos de frigoríficos da região, para a desinfecção dos veículos”, conta o chefe da Divisão de Controle e Informações Sanitárias da Seapi, Eduardo Zart
“Estávamos com 34 servidores no total atuando nas barreiras, sendo dois na coordenação”.
Com a redução das barreiras para três, as equipes foram redimensionadas.
“Foi iniciado o trabalho em duplas de servidores em duas barreiras e uma com um. Somando as escalas, são 25 servidores, incluindo os dois coordenadores, que também participam das atividades nas estradas”, detalha Zart.
Não havendo novidade, as barreiras sanitárias restantes devem permanecer atuando até quinta-feira, dia 1º.
Gestão de foco
Um facilitador para o trabalho foi a utilização do módulo de gestão de emergências sanitárias na Plataforma de Defesa Sanitária Animal (PDSA-RS), desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com recursos do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa).
A ferramenta de geoanálise já havia passado por um teste robusto, quando foi posta à prova durante o controle de foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, a H5N1, no Rio Grande do Sul em fevereiro deste ano.
“O PDSA reduz o tempo de análise de dados, que antes levava de três a quatro horas diárias, a apenas minutos. O resultado é uma resposta ao foco mais rápida e efetiva, com uso racional de recursos humanos e financeiros”, ressalta Lopes.
Fonte: Seapi