Com o fim da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava as invasões, atos e financiadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o grupo voltou a praticar as suas ações pelo país. Somente nesse final de semana, a polícia precisou desmobilizar grupos armados do MST que planejavam invasões no Paraná e em Santa Catarina. E ainda há ameaça de invasão no Rio Grande do Sul.
Confira abaixo todos os acontecimentos que vêm marcando a região desde quinta-feira (19).
Paraná
No Paraná, a Polícia Militar do estado prendeu 10 integrantes do MST no assentamento Nova Geração, na cidade de Guarapuva, na sexta-feira (20), um dia após o bloqueio da rodovia PR-170, quando o grupo rendeu dois policiais e os escoltou para fora dali. Dos presos, quatro foram pegos com armas de fogo, munições e facas.
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Dentre as armas apreendidas constavam uma espingarda e duas pistolas calibre 9mm (ambas carregadas), além de munições calibre 38. A ordem de prisão se deu, todavia, por conta do bloqueio à rodovia, que fora previamente proibido por uma decisão judicial.
Santa Catarina
Um grupo do MST tentou invadir uma fazenda na região de Valinhos, interior do município de Canoinhas/SC, mas acabou sendo expulso pela Polícia Militar catarinense, que prendeu três integrantes do grupo por invasão de propriedade e dano ao patrimônio. Tanto a tentativa frustrada de invasão quanto a rápida reação da PM ocorreram na manhã desse sábado (21). No local, a polícia ainda apreendeu enxadas e facões que estavam em posse dos invasores.
A prefeita de Canoinhas, Juliana Maciel (PSDB), falou em seu perfil no Instagram, enquanto o tumulto ainda estava ocorrendo, que iria fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para proteger os produtores rurais, o povo trabalhador de sua cidade – bem como as suas propriedades -, dos invasores do MST. E disse também que já havia entrado em contato com a deputada federal Caroline de Toni (PL/SC) e o governador Jorginho Melo (PL/SC) para solucionar o problema.
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De Toni também se manifestou em suas redes sociais após ser acionada pela prefeita. Em vídeo, a deputada informou, tão logo se findou a ação policial, que foram apreendidas armas brancas e veículos ilegais junto aos membros do MST. Ela também disse que a presença do grupo ali gerava a possibilidade de um potencial crime de dano ao meio ambiente e de queimadas, e avisou que, “em SC, fica o recado para todos os invasores de terra: aqui nós não toleramos invasão. Graças à lei e a ordem que são cumpridas pelo nosso governador e comando geral da PM, e o consentimento e apelo dos proprietários, que autorizaram a ação, nós conseguimos desocupar essa área em uma vitória da democracia, da lei e da ordem.”
Em resposta, o líder do MST em Santa Catarina, Vilson Santin, convocou os outros membros do grupo no estado a se juntarem “na BR-280, no pré-assentamento Terra Viva”, para dar apoio à “luta” contra o que ele chamou de “repressão nojenta desse governo fascista, autoritário, canalha que temos aqui no estado de Santa Catarina”. Segundo Vilson, a fazenda invadida, ainda que seja uma propriedade, conta com 600 hectares de terras da União. Apesar disso, ele disse que não sabe informar onde exatamente fica essa área de terras supostamente devolutas, e que a invasão foi feita com a intenção de chamar a atenção do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para que eles descubram qual área e essa e a destinem à reforma agrária.
Rio Grande do Sul
Já no Rio Grande do Sul, desde quinta-feira (19) há uma enorme tensão em vista de uma possível invasão por parte do MST nos municípios de Bagé e Hulha Negra, que ficam há menos de 30km um do outro. Produtores rurais da região montaram uma vigília a fim de impedir qualquer tentativa de ação violenta por parte do MST no sábado (21). E ontem, o grupo ainda montou acampamento em Hulha Negra, afirmando querer desapropriar terras que eles alegam ser “improdutivas”. E também afirmam que pretendem reunir 500 famílias em seu acampamento.