Os graves problemas climáticos do Rio Grande do Sul que levaram muitos produtores a prejuízos financeiros deverão redundar numa safra 2024/25 de soja produzida com a utilização de menos tecnologia em insumos.
Pelo menos em parte do estado, a Metade Sul, mais atingida pelas chuvas de maio.
A avaliação foi feita pelo presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS), Ireneu Orth, no programa A Granja na TV de quinta-feira, 3, na Ulbra TV.
“Ficou muita gente que até hoje não conseguiu acertar as dívidas antigas e acertar o novo crédito. Então, o que pode acontecer na Metade Sul? Em primeiro lugar, algumas áreas de alguns produtores, especialmente de arrendatários, poderão ficar sem plantar. Talvez um percentual não tão alto, mas vai ter áreas sem plantio. Outras áreas poderão ser plantadas sem adubação, sem insumos, sem tecnologia, onde fatalmente a produtividade vai cair, justamente por falta de crédito, por falta de financiamento”, avaliou.
“A região norte não teve tantos problemas com a chuva. O problema foi a lixiviação das terras, onde a enxurrada levou muitos fertilizantes e nem todos conseguiram fazer a recuperação necessária”, ressaltou.
“Então vamos ter muitas áreas que não estarão com a condição 100% da produtividade normal”
“(Mas) A expectativa sempre é que se o clima for favorável a safra na parte norte, especialmente no Planalto Médio, Alto Uruguai e Missões, poderá ser safra mais ou menos normal com algumas exceções de propriedades”.
“Diferente já é a Metade Sul, onde o prejuízo foi maior, muita gente não conseguiu colher 100% da safra passada e isso impactou em não ter produto para vender e sobrou dívida para pagar de muita gente”, descreveu.
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“Tanto é que o pessoal lutou muito através do SOS Agro-RS, foram feitos vários eventos, reuniões, viagens, reuniões no Parlamento em Brasília e as definições foram muito parceladas e muitas sem uma decisão clara”.
Previsões para a produção
“Eu tenho ouvido falar através da Emater e também da Embrapa que a perspectiva do estado é muito boa, e eu vejo ela com restrições por causa destas colocações que fiz. Nós vamos ter bastante gente que vai ter dificuldade de fazer uma lavoura 100% em condições de produtividade normal por cauda dos fatores que citei”, alertou.
“Não dá para contar com uma supersafra como alguns órgãos estão noticiando. É impossível termos uma superafra com estes fatores todos que não têm como mudar mais agora porque nós estamos praticamente em cima do período que inicia o plantio”.
“Esperança”
“(Mas) A expectativa sempre é muito boa (para a safra gaúcha em geral). Como sou agricultor há muitos anos, sempre quando se tem o início de uma nova safra a gente fica naquela esperança que este ano vai dar tudo certo. Vamos ter uma safra boa, vamos ter preços bons. Então, esta é a esperança, a expectativa”, afirmou.
Confira a entrevista completa no link abaixo, assim como mais informações sobre o agro no programa A Granja na TV, da Ulbra TV, edição de quinta-feira, dia 3 de outubro (Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre)