Há dez anos, o cultivo comercial da noz-pecan começou a ganhar força no Brasil. E o crescimento foi tão grande que hoje o país já é o quarto produtor mundial do fruto. E as exportações são realidade, especialmente para os produtores gaúchos, que respondem por mais de 70% da produção nacional.
Os primeiros embarques internacionais aconteceram no ano passado. Desde então, muitos contatos são realizados para ampliar os destinos, já que o Brasil não era conhecido neste mercado.
“Nosso interesse é chegar ao mercado asiático. A China, por exemplo, prefere a noz-pecan na casca, e com frutos maiores, característica da noz produzida no Rio Grande do Sul”, destaca o presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultura, Demian Segatto da Costa.
Recorde
No ano passado houve o recorde histórico na produção. Foram mais de 5,5 mil toneladas produzidas. Esse grande volume pressionou os preços para baixo, em torno de R$ 11 o quilo na casca, contra R$ 16,00 em 2020.
Por isso, a exportação para escoar excedentes é considerada tão importante pelo setor. Segundo Costa, a estreia nas vendas internacionais foi há pouco tempo, mas já foi possível trazer benefícios ao produtor.
“No mercado internacional o preço, em dólar, é bem superior ao praticado no mercado interno, chegando a R$ 17,60 já descontados todos os custos de exportação”, destaca o presidente do IBPecan.
Seminário
De olho nos mercados externos, O IBPecan e o Senar-RS vão promover na sexta-feira (11) o primeiro Seminário Internacional da Noz Pecan. Ele terá como tema principal os Desafios e Padrões de Qualidade para o Mercado Interno e Externo.
O evento, que será realizado no auditório da Farsul, vai trazer, entre outros temas, a experiência da Argentina e do Brasil com exportações e também a Amostragem para Certificação. Para mais informações, acesse o site ibpecan.org.
Destino: Espanha
Nos próximos dias, um contêiner com noz-pecan do Rio Grande do Sul será desembarcado na Espanha. Outro deverá sair do estado no meio do mês. Os dois contêineres foram negociados diretamente pela Divinut, uma empresa que produz mudas, dá assistência técnica e compra a produção de quatro mil produtores em 600 municípios da Região Sul do país.
Depois realiza o beneficiamento da noz-pecan em Cachoeira do Sul (RS). O diretor da Divinut, Edson Ortiz, afirma que já faziam pequenas exportações através de um trader.
A venda para o país europeu representa a primeira negociação direta da empresa. “Temos agora negociações com outros países entre eles, Dubai, onde acontecerá, em maio, um evento com rodadas de negócios”. Ortiz conta que estavam em tratativas também com a Rússia, mas devido à guerra os contatos foram suspensos.