De 11 a 22 de novembro a cidade de Baku, no Azerbaijão, sedia a COP-29, evento que vai reunir lideranças mundiais para debater e buscar soluções ao aquecimento global.
O agro brasileiro promoveu dias atrás, por meio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), um grande evento para debater o tema no âmbito do setor e levar as conclusões ao evento.
E no programa A Granja na TV de terça-feira, 14, na Ulbra TV, o diretor vice-presidente da Federação da Agricultura do RS (Sistema Farsul), Domingos Velho Lopes, também colunista de sustentabilidade do programa, abordou o posicionamento do setor a serem apresentadas no evento de novembro, assim como as das edições anteriores da COP.
“Interessante falar desta pauta porque eu observei a mídia da semana passada, uma vez que o lançamento foi na quarta-feira, 9 de outubro, que os principais anseios eram muito calcados nos financiamentos da pauta ambiental, as metas globais de adaptação, a efetiva implementação do mercado de carbono e os acordos multilaterais”, mencionou.
“Mas eu não vi nada falando das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), a relação à segurança alimentar com a pauta das mudanças climáticas, a valorização do grupo Sharm el-Sheikh e a atenção com a pré-COP-30 que será realizada em Belém, no Brasil, no ano que vem, tendo todo um contexto institucional científico”, advertiu.
Conforme Lopes, o Brasil estabeleceu um ano de referência de emissões de gases de efeito estufa (GEE), detalhado por ele da seguinte maneira:
Metas já atingidas pelo Brasil
“É neste sentido que nós temos que trabalhar muito fortemente porque os NDCs, que são as medidas a serem alcançadas até 2028 e 2030, o Brasil já alcançou em algumas cadeias produtivas”, acrescentou.
“O que precisamos é referendar com metodologias internacionais estes números em nível de COP, e é o que será feito em Baku, no Azerbaijão, no próximo mês”.
Maios sobre o tema em Sustentabilidade: CNA apresenta posicionamento do agro brasileiro para a COP-29
Lopes descreveu que foi formado um grupo na COP-26, em Glasgow, o Grupo de Koronívea, que depois foi transformado, na COP-27, no Egito, em 2022, no grupo de Sharm el-Sheikh.
“É um grupo ligado a ONU através da FAO que coloca as atividades agrossilvipastoris como parte da solução das emissões de gases do aquecimento estufa globais”, descreveu.
“Justamente porque as atividades agrossilvipastoris, que são quase todas de produção de baixo carbono, que nasceram aqui no Brasil, e que este grupo de Glasgow buscou no Brasil, através do presidente da Glasgow (COP-26), Alok Sharman, para a introdução da pauta agrícola dentro das COPs, justamente porque a ciência demonstrava que nós tínhamos a capacidade de sequestrar, mitigar e até armazenar carbono no solo”, ressaltou.
“Por isso que é extremamente importante esta valorização do grupo de Sharm el-Sheikh, que lida com a questão de segurança alimentar como ciência para diminuir a emissão do aquecimento global e para os efeitos das mudanças climáticas”, afirmou.
“E é neste sentido que devemos colocar o Brasil não só na pauta política-institucional da Belém no ano que vem, mas sim também na questão da valorização das atividades agrícolas como solução para as mudanças climáticas e a redução do efeito de emissão de GEE e, consequentemente, do aquecimento global.”
Confira o programa completo, assim como a entrevista acima e mais informações sobre o agro na edição de A Granja na TV de terça-feira, dia 15 de outubro (Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre)