O Rio Grande do Sul plantou 1,3 milhão de hectares de trigo, e a Emater-RS/Ascar estima, pelo histórico dos cultivos, uma produtividade média de 3.100 quilos/hectare.
Mas quais deverão ser as interferências e os efeitos na produtividade e, por consequência, na produção do cereal pela enchente que atingiu o estado em maio?
O assunto foi abordado pelo assistente técnico estadual em culturas da Emater-RS/Ascar, Alencar Rugeri, em entrevista ao programa A Granja na TV de segunda-feira, 16, na Ulbra TV.
“A persistência da chuva fez com que tivéssemos um atraso em relação ao plantio. O que isso representa? Isso representa um risco maior na concentração do plantio e aí você está apostando todas as fichas num período curto”, avaliou Rugeri.
“Então, tudo aquilo que se preconiza tecnicamente que é o escalonamento do plantio, você tem uma interferência que não teve esta opção”, complementou.
“O produtor teve a interferência no planejamento dele e uma concentração”.
Mas, segundo o especialista, na melhor safra gaúcha do cereal, em 2022, também ocorreu um atraso no plantio.
“Porém, naquele ano o final da história foi muito interessante para os produtores. Praticamente a nossa melhor produtividade da história foi num ano com dificuldade também no plantio. Depois os fatores foram favoráveis”, lembrou.
“Este ano, após esta dificuldade inicial na implantação, nesse momento agora a luz tem uma interferência. A luz, a temperatura e a umidade são os fatores que interferem na cultura. Porém, a dimensão disso é temerário você fazer uma análise antes, porque é muita apurada a informação para dizer ‘vai interferir quanto’”, ressaltou.
Mais sobre o cereal em 2024 em Pela quebra no PR, cai a projeção para safra brasileira de trigo
Potencial produtivo
“Outros fatores podem minimizar esta perda porque o potencial produtivo de uma cultura é muito maior que o rendimento que nós obtemos”, destacou.
“Posso colher 6 mil quilos por hectare? Tranquilamente. Quanto colhemos de fato? É metade disso, menos, enfim…”, esclareceu.
“Você vai diminuindo deste potencial todas estas outras interações ambientais e também de manejo, que vão diminuindo o potencial até uma produtividade real que você tem lá no final da tua safra, aonde entram todos estes fatores”.
Importância do manejo
Ele acrescentou que a produtividade ainda decorre do manejo implementado pelo produtor.
E que também há anos com maior incidência de doenças como ferrugem e oídio.
“Tudo isso está dentro da cesta de fatores que interferem na produtividade da cultura”.
Qualidade do grão
Sobre as perspectivas quanto a qualidade do trigo desta safra, Rugeri foi bem claro: “Normalmente a qualidade e a produtividade vêm juntas”.
E afirmou que uma “bela safra”, a qualidade pode ser bem comprometida, por exemplo, por um período de chuvas de dez dias.
“Normalmente quando temos uma boa quantidade, sem interferência de clima na colheita, também temos uma qualidade acentuada”, ressaltou.
Veja a entrevista completa no link abaixo. Assim como mais informações sobre o agro no programa A Granja na TV, da Ulbra TV, edição de segunda-feira, dia 16 de setembro (Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre)