Os atrasos no plantio do milho têm tornado o mercado cauteloso, com média de avanço em torno de 20% abaixo do mesmo período do ano passado.
Já a Associação Nacional dos Exportadores de Cerais (Anec) diminuiu a previsão de exportações de novembro para 7,35 milhões de toneladas, quase 8% abaixo da estimativa anterior.
Porém, a Secex consolidou os números de embarques em 7,4 milhões de toneladas.
O Porto de Santos embarcou pouco mais de 610 mil toneladas de milho na semana passada, de acordo com a Anec.
Isso indica que o programa de embarque do milho está a todo vapor.
Porém, tem sido vista uma certa desaceleração no programa, pois além dos produtores estarem relutantes em vender, a China está colhendo sua própria safra, o que barateia o grão no mercado interno.
Além disso, o milho norte-americano segue mais competitivo que o de origem brasileira.
As cotações de Chicago finalizaram a semana passada cotadas a US$ 4,64 o bushel, no zero a zero, para o contrato com vencimento em dezembro.
Mas o mercado físico brasileiro teve uma semana positiva.
E com o notável aumento dos preços médios de milho e sorgo no mercado físico, as contínuas semanas com mercado desaquecido puxaram para cima os preços no mercado interno.
Impactos da safra americana 2024
Está se aproximando da definição das áreas de plantio de grãos nos EUA.
Para definir o que plantar, o cálculo simples do produtor envolve dividir a cotação da soja na Bolsa de Chicago com vencimento em maio pela cotação do milho em Chicago com vencimento também em maio.
Assim, caso o valor seja inferior a 2,3, o produtor tenderá a plantar milho.
Acima de 2,6, a melhor opção tende a ser a soja.
Caso a relação atual continue até o começo de janeiro, poderá haver redução da área de milho nos EUA.
Efeitos do atraso no plantio da soja
No Brasil, o mercado parece já ter precificado uma redução da área de plantio do milho de inverno por conta dos altos custos e do atraso no plantio da soja.
Afinal, os derivativos subiram cerca de 17% nas últimas semanas, mas o físico ainda não subiu de forma significativa.
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Como os mercados se acompanham, a expectativa é que o milho no mercado físico suba para acompanhar o derivativo.
Reforçando, a última semana apresentou uma melhora nos preços.
Mas o produtor que possui milho no Brasil está muito resistente à venda.
A forte queda nos preços ainda faz com que os produtores aguardem uma possível subida.
As expectativas são de que se atravesse uma virada de ano com estoque de passagem maior que 11 milhões de toneladas de milho.
No balanço dos fatores apresentados, a semana pode ser de valorização dos preços no mercado físico, seguindo uma também valorização em Chicago.
Fonte: Grão Direto