Caminhoneiros em paralisação impedem atividades no Porto de Santos, o que vai gerar prejuízos aos exportadores e importadores. O alerta é da Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTTC). A entidade informa que grevistas impedem o acesso de seus associados ao trabalho.
“Diferentemente do noticiado, as atividades nos terminais retroportuários estão impedidas de atuar devido à manifestação promovida pelo Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam).” A declaração está em comunicado divulgado pela associação na tarde desta quarta-feira, 3.
O diretor executivo da ABTTC, Wagner Souza, falou exclusivamente com a jornalista Thais D’Avila para o Portal A Granja Total Agro. Segundo ele, grevistas apedrejam caminhões e desengatam veículos.
Prejuízos
O maior prejuízo deste tipo de manifestação é que os terminais retroportuários não conseguem escoar os produtos prontos para embarque. Mais contêineres ficarão parados aguardando definições ou uma medida que propicie a entrega das mercadorias. Se a situação permanecer por mais alguns dias, haverá muitos navios saindo com espaço vazio por falta de carga.
Wagner Souza
Além disso, Souza afirma que a paralisação impede que contêineres de importação sejam escoados para a zona secundária e ao cliente final. “Os terminais portuários ficarão abarrotados. Quando o terminal atinge a capacidade de operação, fica muito difícil de reorganizar para a situação voltar à normalidade”, prevê.
Segundo o dirigente, se a situação persistir, repetir-se-á o que houve em 2018. “Vai requerer mais tempo ainda para as coisas voltarem ao que eram antes. Nem vou falar em normalidade, porque já estamos vivendo uma situação atípica. E a paralisação só veio agravar este momento.”
Grevistas
A nota da ABTTC informa que o movimento grevista impede empresas de utilizarem suas frotas próprias para a retirada de contêineres vazios e entrega dos cheios nos terminais. O que causa perdas aos exportadores. “Ainda que a mídia divulgue que a manifestação seja pacífica, há inúmeros relatos de nossos associados informando danos aos veículos que tentam desempenhar as suas atividades. Prejudicando ainda mais o escoamento das mercadorias de exportação.”
O documento é assinado pelo presidente da associação João Ataliba Botelho Neto, e por seu vice, Luiz Alberto Levy Jr. “Embora reconheçamos a legitimidade das reivindicações da categoria, é primordial que estes atos não gerem prejuízos às empresas que necessitam manter as suas atividades em
funcionamento.”
A associação pede ao Ministério da Infraestrutura, à Autoridade Portuária de Santos, à Polícia Federal, à Polícia Militar e demais autoridades apoio para a imediata retomada das operações no Porto de Santos, evitando prejuízos a toda a cadeia logística do Comércio Exterior Brasileiro.