“A pecuária precisa de um olhar de otimismo no país.” Observando o cenário do setor e o ânimo de quem vive da atividade, o pecuarista Raphael Houayek, da Fazenda Esperança (Alegrete-RS), chegou à conclusão de que o segmento precisava de um grito para acordar.
Olhando para um futuro próximo, a virada do chamado ciclo pecuário, convidou amigos, lideranças e empresários do setor para uma mensagem de esperança. “Fiquei dias angustiado com as notícias e vendo que muita gente estava deixando o melhor momento de investir na pecuária para trás, decidi conversar com quem entende do assunto”, conta.
Logo nos primeiros contatos, obteve um sonoro “sim” dos convidados a participar de um movimento para levar novos ares para quem está preocupado ou desesperançoso. Um caderno com 12 dos grandes nomes da economia e da pecuária brasileira está sendo lançado pela internet e pretende alcançar os mais diferentes pontos do país, mostrando que é hora de resiliência e de investimento.
Nomes como Rodrigo Albuquerque, Fernando Velloso, Antônio Chacker e Fernando Cardoso integram o time de articulistas que compõem o material. Cada texto abre a perspectiva de momentos melhores para o setor e se “cada um observar com atenção os artigos da coletânea, pode agregar tantos aprendizados que o próximo ciclo será muito mais produtivo e, quando vier nova baixa, o susto não será tão grande”, desafia Raphael Houayek.
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Ao avaliar o conteúdo dos doze autores, Houayek conclui que a hora é agora e que o sentimento de pessimismo que vem tomando conta de parte dos empresários do setor precisa ser trocado por um olhar de oportunidade, sempre com atenção à gestão, aos números e às possibilidades que os baixos preços da genética oferecem no ano de 2023. “A primavera de 2023 tem tudo para ser o marco da virada para os pecuaristas que estarão com os melhores resultados em 2025.”
Veja abaixo um destaque de cada artigo:
O economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Antônio da Luz, afirma que para obter sucesso na pecuária, não há segredo senão fazer o óbvio. “O segredo está na resiliência, no estomago, na robustez analítica e na diligente aplicação da estratégia”, pontua.
Já o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso, diz em seu texto que é preciso estar no sentido oposto do movimento coletivo. “Fazer investimentos estratégicos, qualificar os processos produtivos, aumentar a eficiência no uso dos recursos e investir em genética superior”, é o conselho do especialista.
O médico veterinário e diretor da FF Velloso e Dimas Rocha Assessoria Pecuária, Fernando Furtado Velloso, afirma que o momento atual é de oportunidade de investimento, com possibilidade de um resultado 2,7 vezes maior tomando a decisão correta agora. “Imagine produzir 50% mais terneiros e vende-los por preço 80% maior que hoje?”, provoca Velloso.
Já o coordenador do NESPro, Júlio Barcellos afirma que o pessimismo do pecuarista é notório pela queda de 20 até 40% nos preços ao produtor. Entretanto, olhando os números, este é o pior momento para pisar no freio. “Se o pecuarista reduzir a produção, com menor eficiência por animal, seu custo final vai ser maior, pois será dividido por menos quilogramas de animais”, calcula.
O médico veterinário e editor do blog especializado Notícias Do Front, Rodrigo Albuquerque, reflete que ficar sintonizado em um clima de “fim do mundo” não contribui para sair deste momento de entraves. “Os produtores fazem as suas tomadas de decisão pensando nos preços do retrovisor. Deveriam fazê-lo com base dos preços no para-brisa (previsões futuras)”, recomenda.
Maurício Velloso, presidente da Associação Nacional dos Confinadores, reconhece em seu texto, que a pecuária é uma paixão, muitas vezes movida por sentimentos irracionais que faz com que, entre outros erros, “o pecuarista venda quando deveria comprar e compre quando deveria vender”. Em seu artigo, lista diversas dicas, sendo a última a que recomenda formar um “caixa-oportunidade” para usar ferramentas de hedge.
Vinicius Lampert, zootecnista e pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, resume que “os novilhos comercializados na próxima alta do preço do boi godo, serão os filhos das matrizes acasaladas em 2023”. Ele diz ainda que mais do que uma oportunidade de aquisição, o momento é de oportunidade de aprendizado.
Antonio Chaker, do Instituto Inttegra, pergunta “sua fazenda vai jogar no ataque ou na defesa?”. Em seu artigo ele traz dados importantes para conhecer melhor o tão falado ciclo pecuário. “Nos últimos 29 anos, desde a estabilização da moeda em 1994, apenas em seis ocasiões o valor final da cotação da arroba do boi foi menor do que o valor inicial.”
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Rodrigo Patussi, sócio-diretor da Terra Desenvolvimento Agropecuário, diz que alinhar os três caixas: dinheiro, gado e pasto é o caminho para potencializar o negócio. Patussi encerra o artigo com uma mensagem de encher os olhos. “Somos a maior potência agropecuária do mundo (…) Somos a maior oportunidade do agronegócio mundial, somos produtores brasileiros. Os mais competentes e resilientes do planeta.”
Neto Prado, da Prado Consultoria avalia que para ter sucesso na pecuária é preciso conhecer os números, todos os números envolvidos na atividade. Prado também traz uma mensagem de grandeza sobre o negócio pecuário brasileiro. “A pecuária de corte brasileira é a maior do mundo e vamos continuar no topo enquanto nossos sonhos estiverem vivos.”
Eduardo Madruga, gerente técnico da DSM Tortuga para pecuária de corte, além de pontuar a oportunidade vivida pelo pecuarista nos dias atuais, em seu artigo explica também questões técnicas importantes. Segundo ele, investimentos nos insumos certos levam a uma maior produção de pasto, taxa de lotação de gado e maior produção de carne por hectare. “a um menor custo, bem menor quando comparado a 2022.
Daniel Barros, produtor rural, médico veterinário e consultor encerra a lista de artigos reforçando a orientação para que o produtor foque na gestão. E lembra que “reduzir custos, por vezes significa aumentar alguma despesa pontual, até porque, 2025 é logo ali”.
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