Antes de investir na IATF (inseminação artificial em tempo fixo), os principais desafios das Fazendas AgroCo , que se dedica à atividade de cria em Januária/MG, eram por conta da duração monta natural (MN), pois sempre se prolongava, e o desafio de aumentar o valor pago nos bezerros.

A fazenda não conseguia obter bons resultados reprodutivos nos lotes de vacas recém-paridas, gerando-se, então, um maior intervalo entre partos, nascimentos de bezerros em período desfavorável e grande diferença de idade entre os bezerros, o que dificultava o manejo de desmama e a comercialização dos animais.

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“Logo no início da atividade, em 2016, o primeiro passo foi fazer um diagnóstico de gestação na vacada para saber como estava a situação das matrizes. Recordo-me que o diagnóstico foi feito em agosto; nesse mesmo período, tiramos os touros da vacada e, no mês de janeiro do ano seguinte, introduzimos a estação de monta, com monta natural (MN). Como ainda não tínhamos estrutura de curral adequadas e a equipe ainda estava em formação, optamos por trabalhar com a MN até o ano de 2018”, explica Barusso.

Segundo o produtor, os principais ajustes feitos na fazenda para iniciar a IATF foram a melhoria na estrutura do curral, logística da fazenda com aumento de divisão de pastos e construção de corredores para transporte dos animais, diversificação de forrageiras para ter disponibilidade de forragem no início da estação de monta e capacitação da equipe.

“Iniciamos com um lote pequeno de animais para teste e hoje 100% dos nossos animais passam pelo protocolo de IATF. Os animais são criados a pasto com suplementação específica para cada categoria de acordo com a cada época do ano. A fazenda é dividida em três retiros, com um total de 2.180/ha”.

Barusso afirma que houve uma melhora imediata nos resultados da fazenda, conseguindo um maior número de fêmeas prenhes no início da estação de monta, o que impactou significativamente no número de bezerros nascidos mais cedo e, portanto, um peso maior, com a desmama subindo imediatamente mais de 1@ por bezerro desmamado, aumentando também o valor pago nos bezerros.

A venda dos bezerros frutos da IATF dá-se de maneira muito mais fácil e com maior valor agregado, logo é fácil notar que o investimento se paga e deixa na fazenda benefícios muito além dos puramente econômicos como, por exemplo, uma reposição com características superiores para ganho de peso, maternal e outras características das seleções dos programas de melhoramento, os quais são transmitidos pelos touros de central”.

Caio Olivio Barusso conta que a história das Fazendas Agrocob, localizadas ao norte de Minas Gerais, começou no ano de 2016, quando surgiu uma oportunidade de negócio. De acordo com Barusso, a região apresenta características de clima e de solo favoráveis à pecuária de corte. Portanto, ele e a esposa, Amanda C.N. Lima, que é veterinária, optaram por explorar a criação de bovinos de corte.

“No início, pensamos em trabalhar com cria, utilizando a monta natural e recria de machos, os quais eram comprados de criadores da região. Porém, a dificuldade de formar lotes uniformes e de qualidade, capaz de atender a compradores mais exigentes que pudessem pagar melhor, nos fez despertar para a necessidade de produzir animais com qualidade superior e formar lotes padronizados que os atendessem. Assim, começamos a fazer somente cria e recria das fêmeas para reposição”, lembra o criador das Fazendas AgroCob.

Alguns números da Fazendas AgroCob:

Rebanho: 1.000 cabeças 100% Nelore

Taxa de prenhez antes da IATF: 54%

Taxa de prenhez nos primeiros anos de IATF: 45%

Taxa de prenhez atual: 61,5%

Taxa de Prenhez Total com estação de monta: 85,5%

Metas: aumentar a capacidade de suporte das áreas de pastagem com o uso de adubação e introdução de ILP (integração lavoura pecuária), elevar a taxa de prenhez das novilhas precoces com sequestro de bezerros no período de transição de seca/água.

Esta fazenda é uma case de sucesso mostrada na matéria da capa de Revista AG PEC 260, de setembro de 2022. Leia também dicas de especialistas para obter maiores taxas de prenhez com a inseminação artificial em tempo fixo e o investimento necessário no manejo para também obter maior valor pago nos bezerros.