Coluna Prosa com Teia Fava, pecuarista, empresária e diretora da Acrimat na Região Médio Araguaia
No mês de março, completarei dois anos como colunista. Começo, então, solicitando a você, meu leitor, que me dê um “sinal de fumaça”, dizendo se está aproveitando meus textos como fonte de inspiração, tão importante para que eu me mantenha na ativa como “escritora”!
Uns dias atrás, eu estava em casa com duas amigas, tomando um bom vinho, com um queijo feito na fazenda (quase um queijo chique), conversando sobre cooperativismo. Ambas trabalham no Sicoob. Ao deitar-me, já de pronto, soube meu tema deste mês. Cooperativismo e suas variedades.
Deixei-me levar para onde se encaixa esse formato de parceria e união. E não é que encontrei em diversas áreas da minha vida? Vale deixar claro que nem sequer procurei no “tio Google” seu significado real, para não perder a essência dos meus devaneios. Eles podem ou não estarem corretos, mas o que me importava, no alto do meu travesseiro, era realmente ver onde estava encaixando esse pensamento do ato de cooperar.
Iniciei, lembrando dos meus grupos de WhatsApp. Tenho grupos de família em diversas esferas, de estrada, de bovinos e de genética, da Acrimat, de viagens, de ajuda, dentre outros, grupo de “comigo mesma”. Também de política, de colaboradores (nossa, nunca tinha pensado nisso. São tantos que cansa, se colocar todos aqui!). Mas, enfim, esses grupos não são, de certa forma, uma cooperativa? Não cooperamos entre nós por lembranças, para tecer comentários, trocar ideias, experiências, colaborar com o bem-estar do próximo, sempre em conjunto? E conjunto não é cooperação?
Sou acionista do Sicredi e do Sicoob. Ambas as instituições são fortes e que me atendem muito bem. Claro, em proporções diferentes. Consigo partilhar meus anseios e me sinto mais acolhida, podendo participar de algumas decisões em que jamais teria vez, se estivesse falando em estatais ou federais. Não que também não as use, afinal, nós, que trabalhamos com o agro, temos uma boa relação com diversos setores bancários, mas uma cooperativa, seja ela qual for, é sempre – de alguma forma – sua.
Estou me detendo no tema “cooperativismo bancário”, mas tem pool de compras também. Neste momento, estamos cotando porteiras de ferro provenientes de São Paulo. O valor cai sobremaneira! Ajuda no frete, na compra do material pelo fornecedor. E quem sai ganhando? Todos nós: do fornecedor ao cliente!
O Sul, no quesito cooperativismo, tem muito a nos ensinar. Realmente, a frase “juntos somos mais fortes” é inacreditavelmente correta. A frase se encaixa a você? Releia e pense: você partilha suas informações? Você coopera com seu vizinho? Pensa grande ao precisar somente de três porteiras, mas não pergunta a ele se não precisa de, pelo menos, dez? E ao outro, do outro lado da estrada, que possa estar precisando de outras cinco? Então, num mesmo lugar, praticamente, seriam três ou 18? Não teríamos maior poder de compra?
Esse é um modo de pensar diferente neste início de ano. Junte-se com grandes, médios ou pequenos. Colabore com pessoas que possam estar com as mesmas necessidades que você e chame-as para iniciar uma cooperativa informal. Um dia, quem sabe, não criarão uma empresa?
De minha parte, relendo o texto que eu mesma escrevi, agora, vou começar a agitar! Quem sabe um vizinho não esteja comprando algo que eu também esteja?Pensa grande ao precisar somente de três porteiras, mas não pergunta a ele se não precisa de, pelo menos, dez?