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Home»Agricultura»Personalidades que marcaram os 50 anos do SPD na América Latina: Comunidade Japonesa de Mauá da Serra
Agricultura Atualização:22/02/2023

Personalidades que marcaram os 50 anos do SPD na América Latina: Comunidade Japonesa de Mauá da Serra

Marina FerreiraPublicado por Marina Ferreira22/02/2023Atualização:22/02/2023Nenhum comentário6 Min de Leitura

Coluna Marie Bartz, escrita pela bióloga, Centro de Agricultura Regenerativa e Biológica e centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, em Portugal, e Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto (Febrapdp), Marie Bartz.

Em sequência à proposta desde janeiro, contaremos, nesta edição, sobre o pioneirismo da Comunidade Japonesa de Mauá da Serra, no Paraná, e de ela como marcou os 50 anos de adoção do sistema plantio direto (SPD) na América Latina, sendo umas das condecoradas com a Medalha de Honra Herbert Bartz, concedida pela Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto. Auxiliando-me nesse resgate da história, o sr. Ademar Uemura, agricultor e filho de um dos pioneiros da comunidade. Sr. Uemura conta que os avós e os pais chegaram a Mauá da Serra em 1957, chegados do município de Álvares Machado, de São Paulo, próximo a Presidente Prudente. Lá cultivavam algodão e batata; a transferência para o Paraná foi para a busca de terras para o plantio de batata, que ocorreu bem. 

Mas, em 1964, a produção colapsou; os agricultores desanimaram devido ao aparecimento da doença chamada “mancha chocolate”, inviabilizando a continuidade do cultivo. Partiram, então, para o cultivo de arroz, que também não perdurou muito devido ao aparecimento de brusone, considerada a doença mais significativa e severa em arrozais, chegando a dizimar lavouras inteiras. Com esse cenário, a busca por alternativas era necessária e, no final década de 1960, com a chegada da soja na região, a comunidade foi aprendendo a cultivar essa cultura, que também necessitava do preparo do solo com arado e grade pesada. E, quando chovia, era aquele desastre em erosões. 

Um fato marcante aconteceu em 1970. O Sr. Uemura relata que a terra estava toda preparada, herbicida incorporado, apenas aguardando a chuva para o momento do plantio. Mas, naquele ano, a chuva veio tão forte que levou toda a terra preparada embora, tudo foi morro abaixo. Mesmo usando curvas de nível, a terra solta (lama) corria, inclusive pelos carreadores, impossibilitando o tráfego de veículos.

E o sr. Uemura conta, então: “Neste ponto, vou relatar como os japoneses de Mauá conheceram o alemão louco de Rolândia, o sr. Herbert Bartz. Aqui, entra em cena o meu primo Issei Sakamoto, que era vendedor de equipamentos para beneficiamento de café e cereais. Segundo ele, em uma de suas visitas de rotina, chegou à fazenda do sr. Bartz que, até então, não o conhecia. Enquanto Issei apresentava seu equipamento, observou, nas proximidades, a lavoura de soja totalmente infestada por ervas daninhas – chamadas de marmelada. Issei questionou o porquê daquela plantação com tantas ervas daninhas; então, o Sr. Bartz respondeu que era o plantio direto. Não precisava arar nem revolver a terra, tudo para evitar a erosão. 

Naquele momento, em Issei, que conhecia a realidade de Mauá com aquela quantidade de erosão, acendeu aquela luz e ele pensou: ‘Opa, isso serve também para o meu tio Yukimitsu em Mauá!’. No mesmo dia, veio a Mauá e relatou o que tinha visto. Meu pai, Yukimitsu, foi – na mesma hora – para fazenda do sr. Bartz, onde ele, com toda a paciência, explicou tudo de novo ao meu pai. A partir desse momento, estava estabelecido o elo entre Rolândia e Mauá da Serra”. 

Papi, Herbert Bartz, relata, em sua biografia, que vários japoneses apareceram na sua fazenda, só observando e ouvindo – calados – o que ele explicava. O silêncio era tanto que Papi ficou em dúvida se estavam entendendo tudo ou nada. Mas, após essa visita, em abril de 1974, foi realizado o primeiro plantio direto utilizando uma Rotacaster de 80 polegadas, feito registrado no diário de Candido Uemura, tio de Ademar. A falta de maquinários e de implementos foi uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos pioneiros, fazendo com que os produtores adaptassem os maquinários existentes, com a ajuda das oficinas, da pesquisa e das indústrias. 

Desta forma, ano a ano, equipamentos mais modernos e apropriados foram chegando, como Rotacaster 80, a Semeato TD 300, o implemento denominado “entrelinhas” desenvolvido para aplicação de herbicida Gramoxone dirigido. A Comunidade era algo que encantava Papi diante dos japoneses de Mauá, pois o processo da adoção do plantio direto não envolveu apenas os agricultores em si, mas toda a comunidade que, até hoje, está unida em prol da produção agropecuária no município. Papi sempre relembrava e me contava com muito carinho sobre as várias festas que a comunidade promovia ao longo do ano e que não hesitava sempre em convidá-lo para participar. Ele adorava estar entre eles e era considerado um membro da comunidade.

Leia também: O solo nosso de cada dia e o mundo

 A Comunidade Japonesa é merecedora de todas as honras, pois, em 23 de novembro de 2012, inaugurou o Museu Regional do Plantio Direto, espaço cujo objetivo é o de resguardar a história do sistema plantio direto no Brasil. O primeiro e único oficial no Brasil. O acervo possui as primeiras máquinas utilizadas no sistema na região. Uma das peças mais importantes do acervo é a plantadeira Allis Chalmers, importada por Papi dos Estados Unidos, em 1972. Assim como o protótipo da FNI de 100 polegadas, que deu origem à Rotacaster 80, a primeira semeadora feita no Brasil com a finalidade para servir ao plantio direto. 

O Sr. Uemura ressalta: “Dentre os benefícios trazidos pelo sistema plantio direto para a região de Mauá da Serra, a qual possui topografia acidentada e solos muito ácidos, está o de que, sem esse sistema, evitando tanta erosão, não seríamos hoje produtores de sementes de soja, trigo e aveia branca, nem teríamos também um dos solos mais férteis do estado”.

Convidamos a todos os leitores interessados para conhecerem o Museu Regional do Plantio Direto, localizado na Rua Rodrigues Alves, no Parque Industrial Yukimitsu Uemura, próximo à Rodovia do Café. Num futuro próximo, o Museu receberá todo o acervo documental e demais máquinas de Herbert Bartz. Estamos em processo de planejamento para a disponibilização desse material para visitação e consulta do público. E estas são as palavras dos representes da Comunidade Japonesa pelo recebimento da Medalha de Honra Herbert Bartz: “Significa para a Comunidade de Mauá da Serra a confirmação de nossa conexão com Senhor Herbert Bartz no Sistema Plantio Direto!”.

Comunidade Japonesa de Mauá da Serra marie bartz plantio direto Plantio Direto na América Latina
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