O conselho da Petrobras (PETR4.SA) deve discutir neste mês os planos para retomar a construção de uma fábrica de fertilizantes nitrogenados no centro-oeste do país, dois funcionários do governo do estado de Mato Grosso do Sul disseram à Reuters.
Jaime Verruck, secretário estadual de meio ambiente e desenvolvimento, disse que espera que a Petróleo Brasileiro SA, como a empresa é conhecida formalmente, termine a usina na cidade de Três Lagoas após obter autorização do conselho.
A Petrobras se recusou a comentar a possibilidade de retomar o projeto, que foi interrompido em 2014 com cerca de um quinto das obras restantes.
A empresa disse no mês passado que estava descartando os planos de vender o projeto.
“A indicação no momento, mas depende da aprovação da diretoria da Petrobras, é que a própria Petrobras conclua a obra”, disse Verruck à Reuters.
O investimento renovado na produção de fertilizantes marcaria uma mudança dramática para a Petrobras, que passou anos tentando vender o projeto Três Lagoas e outros ativos semelhantes para se concentrar em campos de petróleo offshore. Isso também significaria uma reinicialização de um plano nacional de produção de fertilizantes para reduzir a dependência de importações.
A administração nomeada pelo novo governo do Brasil sinalizou planos para aumentar os investimentos e diversificar as operações da Petrobras além de petróleo e gás.
José Moraes, secretário municipal de desenvolvimento de Três Lagoas, disse que as autoridades locais estão entusiasmadas com o empreendimento de fertilizantes.
“As perspectivas são as melhores possíveis”, disse Moraes, acrescentando que as autoridades locais “farão o que for preciso” para levar o projeto adiante.
Grande parte do trabalho até agora terá que ser revisitado, no entanto, devido à paralisação prolongada da construção, com nada além de manutenção de equipamentos no local nesse ínterim, disse Moraes.
Verruck disse que a planta pode ser concluída em dois anos, com capacidade para substituir o equivalente a 18% das importações de ureia do Brasil em 2022 e 12% das importações de amônia, disse ele.
Moraes, que disse que as autoridades municipais participaram de negociações com a russa Acron quando estava negociando para comprar a usina, disse que o negócio fracassou em abril passado depois que o acordo do potencial comprador para comprar gás da Bolívia fracassou.
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