Na entrevista coletiva de “Balanço e Perspectivas”, nesta terça-feira (6), o economista-chefe da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, André Nunes, mostrou um cenário preocupante para 2023. Segundo ele, o discurso do governo federal eleito mostra, para a política econômica um retorno ao passado, “e o passado não foi bom”, afirmou.
Conforme Nunes, em 2023, no cenário internacional deverá haver uma desaceleração ou até recessão em alguns países. No Brasil o crescimento esperado para 2022 é de 3,1% e para 2023 esse número reduziria para 1%. “A grande incerteza é com a condução da política econômica de agora em diante. A estabilidade das contas públicas que foi o que nos levou à crise de 2014, 2015 e 2016, e o risco de insolvência do país, tudo isso tem voltado à tona, uma agenda antiga e que tira a confiança do empresário e dos consumidores.”
O Balanço Econômico é uma publicação anual elaborada pela equipe da Unidade de Estudos Econômicos da Fiergs. O documento analisa e faz projeções para a economia nacional e do Rio Grande do Sul. O presidente da entidade, Gilberto Petry, mostrou preocupação em relação aos números de otimismo do setor industrial no estado. Em setembro, 56% dos empresários do setor industrial estavam otimistas. O número despencou para 19,6% em novembro. Foi a segunda maior queda já registrada, perdendo somente para março de 2020, que foi o início da pandemia. “Se um industrial resolve não fazer investimentos, não vai ter geração de empregos. Nós precisamos gerar empregos, pagar impostos e pagar fornecedores”, resume Petry.
O presidente da Federação foi enfático ao afirmar que o governo precisa apenas fornecer condições para que o setor possa trabalhar, sem atrapalhar. “E foi o que aconteceu nos últimos anos. Se isso vai mudar, eu acho um pouco perigoso”, pontuou, e comparou com os Estados Unidos, onde, segundo ele, a política interfere muito pouco na atividade empresarial.
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