A queda no valor da carcaça de boi castrados e inteiros neste mês é resultado da pouca demanda no mercado interno. O brasileiro está comendo menos carne bovina por conta dos preços praticados no varejo.
No atacado com osso, a cotação média dos cortes recuou 1,3% somente na semana passada. Para se ter uma ideia, o valor do boi capão caiu 2% do início de dezembro até o momento. Já bovinos inteiros tiveram queda de 7,2% no mesmo período.
As informações dão da analista de mercado da Scot Consultoria, Jéssica Olivier, que é engenheira agrônoma. “O momento tem mostrado esse consumo bem fraco devido aos preços muito altos e o poder de compra do consumidor está bem abaixo do comum.”
Virada
No entanto, sexta-feira, o mercado do boi gordo virou. Compradores abriram as ofertas com R$ 3,00/@ a mais na comparação diária. Ficou cotado em R$ 315,00. Isso porque a China voltou a comprar do Brasil.
A esperança, segundo Jéssica, é que a arroba mantenha os preços firmes. “Mas com aumentos talvez um pouco menos expressivos ao longo desta última semana do ano. Geralmente, já é um período mais calmo, pois a compra para atender à demanda já foi feita.”
A procura por fêmeas foi mais compassada, mas os compradores ofertaram R$ 2,00/@ a mais para a vaca. Para novilha, cotações estáveis. O mercado esteve comprador e negócios acima da referência foram especulados.
Mercado externo
No entanto, nas exportações, a proteína vermelha subiu na praça paulista. É esperado um aumento do volume de carne bovina exportada em janeiro e fevereiro de 2022, de acordo com a analista.
Nos dez primeiros dias de dezembro o Brasil exportou 37,8 mil toneladas. Na comparação da média diária, este volume é 27% menor do que dezembro de 2020. “A gente vê que, sem a China, as exportações seguem patinando, em volumes bem menores. O que impacta no faturamento desse mercado.”
Apesar disso, a consultora espera que os embarques melhorem com a retomada do mercado chinês. “Para janeiro, quando os preços historicamente são menores do que os de dezembro, a expectativa é de alta por conta do aumento de compra das indústrias.”