O valor médio do litro de leite em Mato Grosso caiu para R$ 2,09. Ou seja, um recuo de 0,51% no preço pago ao produtor em outubro de 2021 na comparação com o mês anterior.
Apesar do avanço das chuvas, o índice de captação apresentou decréscimo de 3,17% em setembro passado. Os dados são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Custo
Entretanto, o custo da produção pecuária de leite subiu no 3º trimestre deste ano na comparação com o período anterior. Em outras palavras, houve acréscimo de 5,46% no Custo Operacional Efetivo (COE), ante o segundo trimestre.
Conforme o levantamento, a média do COE da produção de leite no estado foi de R$ 0,90/litro para o 3º tri/21, contra R$ 0,85/litro do 2º tri/21. Ou seja, alta de R$ 0,05/litro entre os períodos.
Houve baixa na oferta de pastagem. Por isso, a demanda por concentrados impulsionou os preços dos insumos. O resultado foi um incremento de 11,72% nas despesas com suplementação.
Estimativas
Já para o 4º trimestre, as despesas com alimentação seguem chamando a atenção do produtor. Apesar do início do período de chuvas, no qual há redução na demanda por concentrados, os preços praticados no campo tendem a recuar. Portanto, isso pode manter as margens da atividade espremidas.
Os fatores que influenciaram na cadeia do leite no ano passado ainda são visíveis em 2021. O que pode indicar nova queda no rebanho de vacas ordenhadas no estado. Em 2020, o rebanho de vacas ordenhadas em Mato Grosso reduziu 8,65% ante o ano anterior.
Segundo dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (IBGE), em 2020, foram ordenhadas 394,95 mil vacas no estado. Portanto, uma redução de 60,97 mil cabeças em comparação ao rebanho ordenhado no ano anterior.
Em Mato Grosso, o rebanho de vacas ordenhadas está em queda desde 2016, sendo o valor registrado no ano passado o menor dos últimos 10 anos no estado. A queda no rebanho de vacas ordenhadas é reflexo do aumento do custo de produção de leite no estado, o que resultou na evasão de produtores da atividade. Além da alta no custo com alimentação, a valorização da arroba bovina impulsionou o custo para aquisição de novos animais, o que também impactou no rebanho leiteiro.
Por outro lado, as importações de produtos lácteos seguem subindo. Apresentaram alta de 2,71% em setembro.