Marcelo de Godoy, presidente da ABINBIO (Associação Brasileira de Indústrias de Bioinsumos)
Como surgiu a ABINBIO?
A ABINBIO surgiu a partir do momento que alguns empresários do setor de bioinsumos entenderam que a indústria nacional de biológicos necessitava de representação juntos aos poderes executivos e legislativos na esfera estadual e federal. Já existem outras associações de classe, mas estão ligadas aos insumos sintéticos, químicos, com interesses internacionais. Essa falta de representação se deu pelo fato de muitos temas relevantes ao setor estarem sendo discutidos em Brasília sem que a indústria ou as áreas técnicas das empresas se envolvessem. Entendemos que a indústria brasileira de bioinsumos é referência para todo o globo, e para que isso continue é de fundamental importância que os governantes e os órgãos regulatórios estejam atentos a possíveis entraves e ameaças ao setor. Assim, a ABINBIO vem para auxiliar na orientação das necessidades da indústria, bem como na divulgação da importância do segmento para a população.
Quais são os objetivos da associação?
Nossos objetivos são os seguintes:
– Desenvolver cada vez mais tecnologias eficientes, inovadoras e seguras para a produção agrícola;
– Apresentar a indústria nacional de bioinsumos para os governantes e para a população;
– Mostrar o enorme potencial da indústria nacional para a geração de emprego e renda;
– Buscar uma regulamentação justa e que traga segurança para o setor, bem como para o consumidor;
– Trazer soberania e garantir segurança alimentar para o País.
Por que essas pautas são importantes para a agricultura brasileira?
Essas pautas são de fundamental importância não só para o Brasil, mas também para o restante do mundo. O Brasil é um dos principais produtores de alimento do mundo. Dessa forma, temos a obrigação de desenvolver uma agricultura cada vez mais produtiva e segura. Para isso, a indústria nacional de bioinsumos tem o potencial de desenvolver e disponibilizar para os produtores tecnologias que irão proteger e elevar o teto produtivo das lavouras sem causar danos aos seres humanos e ao meio ambiente.
Quem são os integrantes da ABINBIO? E que ações já foram realizadas até agora?
Cerca de 15 empresas nacionais que atuam no segmento de produção e desenvolvimento de bioinsumos agrícolas. No entanto, essas empresas representam quase a metade do faturamento desse segmento no Brasil. Já realizamos mais de 100 agendas em Brasília, com o objetivo de apresentar aos poderes legislativos e executivo a importância e o potencial da indústria nacional de bioinsumos, defender uma regulamentação seria e técnica para o setor, trazer a necessidade de linhas de financiamentos específicos para a indústria legal de bioinsumos e defender a bandeira de uma agricultura cada vez mais forte e produtiva.
Que conquistas alcançadas merecem destaque?
A maior conquista até agora foi o reconhecimento do Governo ao setor, bem como a representatividade que alcançamos junto ao setor nos debates sobre a regulamentação do setor de bioinsumos.
Como tem sido a cooperação e trabalho junto à Embrapa?
A Embrapa sempre foi e sempre será a principal parceira da indústria nacional, pois a pesquisa desenvolvida por ela é de fundamental importância para que a indústria continue inovando no segmento agrícola. Além disso, a indústria nacional de bioinsumos vem se tornando um dos grandes financiadores da pesquisa dentro da Embrapa, financiando grandes projetos para o desenvolvimento de tecnologias disruptivas para o agro mundial.
Quais serão os próximos passos da ABINBIO? E quais os planos para o futuro?
Estamos na fase de fortalecer nossa rede de associados para que possamos ganhar cada vez mais espaço nas discussões e decisões relacionas a indústria e setor agrícola brasileiro. Nossa missão é mostrar ao mundo o potencial da indústria nacional de bioinsumos. Existem importantes projetos de lei em discussão que vão definir o futuro da agricultura brasileira. Estamos trabalhando para garantir que haja uma regulamentação segura para a produção de bioinsumos, evitando perigos advindos da clandestinidade, da produção precária “on farm”. Com isso, vamos garantir que o futuro dos insumos biológicos no Brasil seja duradouro, sustentável, produtivo e seguro.
Fonte: Assessoria de imprensa da ABINBIO