A safra brasileira de grãos no ciclo 2023/24 poderá chegar a uma produção de 317,5 milhões de toneladas.
A estimativa sinaliza um ligeiro decréscimo em comparação à temporada passada (então de 322,8 milhões de toneladas, ou 1,66% a mais, 5,27 milhões), influenciada pela perspectiva inicial de diminuição na produtividade média, uma vez que há indicativo de leve crescimento na área total semeada, que deverá ultrapassar os 78 milhões de hectares.
Os dados foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta terça-feira, dia 10, durante o anúncio do 1º Levantamento da Safra de Grãos 2023/24.
Mais arroz
Entre as principais culturas acompanhadas, o arroz apresenta, inicialmente, estimativa de incremento, tanto na área plantada, quanto na produtividade média.
A expectativa de produção está na ordem de 10,8 milhões de toneladas.
Ou incremento de 7,7% em comparação ao volume colhido na safra 2022/23.
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Assim como no caso do arroz, a Conab também prevê uma recuperação de área para o feijão, podendo atingir 2,78 milhões de hectares, somando-se os três períodos de cultivo dentro do ano-safra.
O plantio da primeira safra da leguminosa já está em andamento, com 61% da área estimada já semeada no Paraná, 32% em Santa Catarina, 34% no Rio Grande do Sul e 30% em São Paulo, como indicado no Progresso de Safra publicado nesta semana.
A expectativa para a produção total da cultura é de 3,1 milhões de toneladas.
Crescimento de 0,8% em relação à temporada anterior caso o resultado se confirme ao final dos 3 ciclos.
“Outra boa notícia que este levantamento traz é a recuperação da área cultivada de arroz e de feijão, dois importantes alimentos para os brasileiros”, avalia Pretto.
“O Governo Federal tem retomado políticas públicas para estimular a produção de alimentos, com anúncios dos planos safras, a retomada das compras públicas e a garantia dos preços mínimos. Essas e outras ações dão sinais positivos para os trabalhadores e trabalhadoras do campo e acreditamos que o resultado que vemos neste anúncio tem relação com isto”, acrescenta.
Soja: mais área e mais produção
Para a soja, principal grão cultivado no país, as estimativas são de crescimento tanto na área como na produtividade.
Mas em uma velocidade menor que o registrado no último ano-safra.
Com uma área prevista de 45,18 milhões de toneladas e uma produtividade média inicial estimada em 3.586 quilos por hectare, a produção deve alcançar um pouco mais de 162 milhões de toneladas.
Se confirmado o resultado, o volume a ser colhido será um novo recorde para a cultura.
O plantio da oleaginosa segue um bom ritmo no Paraná, com 20% da área já semeada.
Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul o percentual de área cultivada atinge 19,1% e 8% respectivamente.
Menos milho
Cenário oposto é previsto para o milho se considerar as três safras do grão.
As estimativas apontam para uma redução de 4,8% na área plantada, projetada em 21,19 milhões de hectares, e de 4,9% na produtividade média, chegando a 5.636 quilos por hectare.
O cultivo do cereal no primeiro ciclo já teve início nos três estados da região Sul.
Diante deste panorama, a produção total esperada para o cereal na safra 2023/24 é de 119,4 milhões de toneladas frente às mais de 130 milhões de toneladas colhidas no ciclo passado.
Algodão: área cresce
Para o algodão, a primeira previsão indica crescimento de 2,9% na área a ser semeada da fibra, totalizando 1,71 milhão de hectares, e estimativa de uma produção de pluma em 3 milhões de toneladas.
Culturas de inverno
Com cerca de 40% das lavouras colhidas, a cultura do trigo apresenta aumento de área na ordem de 12,1% e redução de produtividade de 11,6%, em comparação a 2022.
Isso resulta em produção esperada de 10,5 milhões de toneladas.
As condições climáticas registradas nos principais estados produtores tiveram impacto tanto no potencial produtivo
Como nos casos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina que registraram períodos com chuvas em excesso e o surgimento de doenças associadas à alta umidade, como no calendário habitual de colheita
Caso do Paraná com o clima mais quente que acabou por acelerar o andamento do ciclo.
Fonte: Conab