Novos touros Angus devem injetar R$ 1 bi na economia brasileira nos próximos dois anos. A empresa Genex fez aporte milionário para a aquisição de nove animais importados em 2020 dos Estados Unidos, com genética já adaptada ao Brasil.
Capacidade
Cada reprodutor tem capacidade para produzir 30 mil doses de sêmen por ano, cotadas inicialmente a R$ 2 mil. “Em dois anos poderão valer o dobro disso e abastecer a indústria de proteína animal no mercado interno e externo” projeta o diretor executivo da Genex do Brasil, Sergio Saud.
Conforme Saud, o diferencial está no processo de triagem que buscou o equilíbrio entre três pilares: avaliações genéticas, pedigree e biótipo. “Buscamos oferecer um animal equilibrado, que atenda às necessidades dos pecuaristas que priorizam qualidade de carne e uma carcaça valorizada”, afirma.
A raça Angus vem apresentando resultados positivos e ampliou a comercialização de sêmen no país em mais de 36%, conforme a Associação Brasileira de Inseminação Artificial. Boa parte da preferência deve-se aos bons resultados obtidos no cruzamento com outras raças, principalmente com o Nelore, para a produção de carne, promovendo o efeito da heterose, fenômeno pelo qual os filhos apresentam melhor desempenho do que a média dos pais.
Produção
Com esses números, o diretor executivo da Genex Brasil pontua que o objetivo é aproveitar o momento e aumentar ainda mais a produção do Angus. “Esses novos touros vão produzir milhares de doses de sêmen, que serão vendidas e, consequentemente, movimentarão o agronegócio brasileiro.”
Segundo ele, depois nascerão os bezerros, que serão comercializados ou recriados. E, posteriormente, vendidos para a indústria de proteína animal. “A inseminação é o primeiro passo para alimentar essa cadeia de valor, que injeta uma quantidade grande de recursos na economia”, esclarece.
Para Sérgio Saud, a única tecnologia que leva ao melhoramento genético em grande escala é a inseminação artificial. “Conforme o Brasil foi aumentando sua participação no mercado mundial de carnes, houve o crescimento na utilização da técnica. E isso não foi coincidência: conferiu a melhoria da qualidade, a padronização e a oferta regular fazendo a conexão entre o melhoramento genético em larga escala e o crescimento das exportações”.