Embora alguns pecuaristas ainda considerem o cocho como custo, na realidade, ele se configura como um dos principais investimentos na fazenda, permitindo acesso fácil dos animais à alimentação e uma logística rápida, com o intuito de diminuir o custo operacional da distribuição de ração.
Vale lembrar, entretanto, que o modelo de cocho mais adequado a um negócio é aquele que melhor atende os objetivos produtivos do sistema pecuário. Dessa forma, pode-se apresentar variações no modelo de uma propriedade para outra.
A localização precisa ter fácil acesso para facilitar a logística e reduzir o custo operacional do fornecimento da ração. Sistemas de cochos no corredor ou mesmo na divisão de piquetes podem ser utilizados amplamente ou nas praças de alimentação quando existem sistemas rotacionados.
Localização do cocho
“O cocho de suplementação bem localizado impacta significativamente na lucratividade do negócio. Ele deve estar próximo à fonte de água, para que o consumo deste recurso seja mais regular e que, dessa forma, se atinjam os objetivos produtivos”, reforça Júlia Marques, coordenadora de Produtos da Connan.
O risco de contaminação por fezes, urina e outros fatores externos é levado em consideração quando o assunto é altura do cocho, que é a medida do solo até a borda superior da estrutura. Modelos mais elevados do solo garantem maior qualidade da suplementação.
“É importante que todos os animais consigam alcançar confortavelmente o produto oferecido. Por isso, a altura do cocho deve ser adequada à categoria animal que está sendo suplementada”, explica ela.
O papel do cocho na TIP
Há várias opções de cochos, desde as bombonas plásticas, borrachão, aproveitamento de bags, cochos de concreto, entre outros. O tipo de cocho tem de permitir o fornecimento e quantidade corretos do suplemento, garantindo que os animais consumam a porção planejada pelo nutricionista para complementar a nutrição a pasto.
“Aqui vale ressaltar um ponto importante: o desperdício. Numa TIP, principalmente no período das águas, um desperdício de 5% pode pagar todo o investimento na cobertura de cocho; é importante fazer as contas e chegar à conclusão. Lembrando sempre que o alimento colocado no cocho deve chegar à boca do boi, sem desperdício. Na prática, fazemos o consumo médio e isso é complicado, pois podemos estar tendo fundo de lote por erros de manejo de cocho e não por qualidade genética”, alerta o pesquisador Científico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – APTA, Flávio Dutra de Resende.
Em relação a cobertura do cocho para TIP, o especialista da APTA recomenda cobrir uma área de no mínimo 20 cm/por animal, para ser usado no período chuvoso, uma vez que os animais acessam o cocho de forma mais lenta, pois preferem comer folhas verdes, diminuindo o investimento na cobertura da estrutura nas chuvas.
“O melhor modelo de cocho varia de um sistema pecuário a outro, já que a estrutura deve ser aquela que melhor atende o objetivo. Analisar e instalar um espaço adequado para a alimentação dos animais é uma forma de garantir a boa alimentação e, consequentemente, os bons resultados no ganho de peso, fato que irá interferir diretamente no valor de venda do rebanho e no lucro da fazenda”, acentua Júlia.