A última semana foi marcada, mais uma vez, pelas condições climáticas da América do Sul, em especial na Argentina.
Além disso, dados econômicos importantes da macroeconomia afetaram as commodities agrícolas.
Diante disso, o contrato com vencimento em março/23 encerrou a semana sendo a US$ 15,32 o bushel (+1,32%).
E o com vencimento em maio/23, a US$ 5,26 (+1,26%).
A seca na Argentina continua provocando muita interferência nas cotações de Chicago.
A ocorrência de chuvas pontuais na última semana resultou em leve melhora nas condições das lavouras, de acordo com a Bolsa de Cereales de Buenos Aires (BCBA).
Contudo, de acordo com o próprio relatório, os níveis de precipitação para o mês de fevereiro mostram-se baixos.
A previsão é de atingir 25 mm até a segunda semana do mês, podendo afetar as lavouras mais tardias.
O adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em Buenos Aires, projeta produção de 36 milhões de toneladas.
A queda é acima de 20% da projeção inicial.
Esse cenário ainda vem pressionando Chicago para cima.
Colheita brasileira com atraso
No Brasil, a colheita segue evoluindo com atraso por conta do alto volume de chuvas em determinadas regiões.
De acordo com a Conab, o MT encontra-se com o maior atraso entre os estados.
Em torno de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Minas Gerais está com 9% de atraso.
O dólar teve uma semana de muita oscilação, marcado pela divulgação de dados econômicos no Brasil e no exterior.
Teve valorização de (+0,78%) e finalizou a semana cotado a R$ 5,15.
Nos EUA, teve decisão de taxas de juros, conforme o esperado pelo mercado: aumento de 0,25 ponto percentual.
Assim, a taxa ficou nos patamares de 4,5% a 4,75%.
Além disso, saiu o dado de criação de novos empregos (Payroll), que veio bem acima da expectativa de mercado.
Esse número mostra que a economia norte-americana está aquecida. E que para controlar a inflação o banco central terá que aumentar as taxas de juros ou prolongar seu período, visto que na última reunião foi anunciada uma diminuição no ritmo de aumentos.
Cotações por aqui
Apesar da alta de Chicago e do dólar, as cotações brasileiras neste período do ano são marcadas pela queda nos preços do mercado físico, provocada pela chegada da soja brasileira ao mercado.
Essas quedas estão se acentuando justamente pela expectativa de uma safra recorde que vai se confirmando conforme o avanço da colheita.
Assista o programa A Hora do Grão – Impactos na soja e no milho
Clima no Brasil
D acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), haverá precipitações espalhadas pelas áreas agrícolas, com foco no Sudeste, com níveis de 25 a 100mm.
No Centro-Oeste e Norte, as chuvas serão em menor volume, entre 10 e 50 mm, o que pode contribuir para o avanço das colheitas.
Já na Região Sul, a previsão continua de poucas chuvas, mantendo condições climáticas desfavoráveis.
As condições internas do Brasil devem influenciar bastante nos preços do mercado físico, que podem apresentar desvalorizações perante o avanço da colheita.
Nesta semana vai ser divulgado o relatório de Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial (WASDE), que mostrará os dados de decisão da área de plantio norte-americana.
Há expectativa de redução da área para plantio pelo mercado em relação ao ano anterior nos Estados Unidos.
Essas informações podem pressionar as cotações de Chicago para cima.
O dólar, apesar da alta na sexta-feira, poderá continuar com a tendência principal de queda.
Isso somado à manutenção da taxa de juros no Brasil em níveis elevados, além do arrefecimento do aperto monetário do Banco Central dos EUA, mantêm o Brasil bastante atrativo.
Diante desse cenário, as cotações brasileiras poderão continuar em seu movimento de queda, pressionado pela queda do dólar e pela evolução da colheita.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br