O mercado doméstico do arroz segue sob forte pressão e refletindo o impacto de múltiplos fatores que dificultam a sustentação das cotações atuais.
A constatação é do analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
Conforme Oliveira, esse cenário tem melhorado a viabilidade das negociações entre as indústrias e o varejo, uma vez que o custo da matéria-prima apresenta sinais de redução, aliviando parte do fardo sobre os preços finais.
Consumo em baixa
Apesar do dólar elevado, os efeitos da entressafra e o cenário internacional favorável para as exportações, o mercado interno enfrenta grandes desafios.
“Um dos principais problemas está relacionado à forte queda no consumo doméstico de arroz”, relata o consultor.
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Esta retração no consumo pode ser atribuída a diversos fatores.
“Em primeiro lugar, muitos consumidores formaram estoques no primeiro semestre do ano, reduzindo a demanda no segundo semestre”, lembra o analista.
Além disso, o efeito substituição, em que os consumidores migraram para produtos derivados de trigo, cujos preços estão muito mais atrativos, também pesa sobre o consumo do cereal.
“Outro ponto relevante é o impacto da epidemia de apostas online, que vem afetando fortemente o varejo e, consequentemente, o consumo de itens básicos como o arroz e feijão”, acrescenta.
Cotações
Em relação aos preços, a média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista), principal referencial nacional, encerrou 12 de novembro cotada a R$ 116,24, queda de 2,32% em relação à semana anterior.
Em comparação ao mesmo período do mês passado, havia uma queda de 2,19%.
E um aumento de 3,76% quando comparado ao mesmo período de 2023.
Fonte: Safras & Mercado