A primeira estimativa para a safra de grãos na temporada 2024/2025, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na semana passada, aponta que o Rio Grande do Sul produzirá 38,35 milhões de toneladas, de um total nacional de 322,47 milhões.
Se confirmada, o estado seguirá como terceiro maior produtor, atrás de Mato Grosso e Paraná.
As perspectivas para a safra gaúcha de grãos 2024/25, a primeira após a catástrofe climática que atingiu o estado, foram abordadas no programa A Granja da TV, da Ulbra TV, de sexta-feira, 18, pelo gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos.
“O Rio Grande do Sul vem de pelo menos três safras em que há algum tipo de problema de interferência climática nas lavouras. E o que se espera para esta safra é uma recuperação das produtividades, principalmente para a soja, milho e para o arroz também, os principais produtos produzidos no estado”, sintetizou.
Perdas de solo
Visto as enchentes de maio, muitas lavouras gaúchas sofreram perdas severas de solo, e as consequências destes danos foram considerados na estimativa.
“Nesse primeiro levantamento a Conab tem por método utilizar modelos estatísticos que ajudam a prever principalmente a produtividade em relação à área. Os modelos levam em consideração a série histórica, tudo o que aconteceu”, descreveu.
“Então, esses fenômenos (consequências da enchente) acabam sendo captados. E, é claro, a análise da equipe técnica da Conab também capta esse tipo de efeito que a lixiviação do solo pode ter causado em termos de perspectivas de produtividade para estas lavouras”, complementou.
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Produtividade da soja
Conforme Vasconcellos, a produtividade da soja no estado não deverá ser a que o RS já apresentou em outras ocasiões, visto as perdas de solo.
“Mas é claro, os produtores trabalham para que as condições sejam maximizadas. Então, ao longo do decorrer da safra estes números podem se ajustar não só devido às condições climáticas, mas também ao desempenho e desenvolvimento das lavouras”, considerou.
Arroz promete
O técnico se mostrou bastante otimista para o desempenho do arroz, não apenas no RS, mas em todo o país.
“A conjuntura do arroz tem favorecido o aumento de área, não só no RS, o principal estado produtor, mas no país inteiro, em todas as regiões, há uma perspectiva de aumento de área. Além disso, a produtividade – este ano é de La Niña -, as condições demonstradas em outros anos de La Niña mostram que a produtividade tende a ser boa para o arroz, principalmente no RS, que é o arroz irrigado”, explicou.
“O arroz vem crescendo em outros estados devido também aos incentivos do Governo, mas também há esta conjuntura de mercado. Isso é bom porque numa situação de catástrofe – como no RS no final de abril e início de maio – há uma diversificação em outros locais”, lembrou.
“O Governo Federal vem apoiando políticas para que haja diversificação do cultivo de arroz e os produtores também estão enxergando isso como uma oportunidade de mercado”.
Milho, menos área
Já o milho de primeira safra, as perspectivas são de redução de área em consequência dos preços não atrativos.
“Isso acontece na maior parte dos estados produtores do país em relação ao milho nesta primeira temporada”, diagnosticou.
Segundo ele, os produtores preferem os cultivos mais rentáveis, como soja e arroz.
“No RS a competição por área de soja e arroz acabou afetando a intenção de plantio da cultura. No entanto, a perspectiva climática para o milho é favorável, deve haver uma recuperação em relação à safra passada, pequena, mas deve haver uma recuperação, e em parte tirar um pouco esse impacto na redução da área na produção”.
Confira a entrevista completa assim como o programa na íntegra e mais informações sobre o agro na edição de A Granja na TV de sexta-feira, dia 18 de outubro (Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre)