A presença de chuvas em várias regiões segue pressionando negativamente as cotações do milho.
As boas condições atuais casam com informação divulgada pela Conab, de que 45,3% da área destinada ao milho safrinha já foi semeada até a semana passada.
Um avanço forte frente aos 33% do mesmo período de 2023. E a Região Sul lidera nos números.
O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou números atualizados sobre a condição das lavouras que, segundo o departamento, já foram 55% colhidas.
O Deral põe 64% das lavouras como em boas condições e 7% ruins.
Lembrando que o estado figura entre os maiores produtores do Brasil.
EUA e Chicago
E na semana passada o embarque americano foi dentro do esperado, segundo o USDA, porém, diferente da soja, as exportações estão 32% a frente do mesmo período do ano passado.
As cotações de Chicago finalizaram a semana cotadas a US$ 4,00 o bushel (-3,85%) para o contrato com vencimento em março/24.
Na B3, o milho praticamente replicou o movimento de Chicago, recuando 3,95%, percentual considerável, resultado de forte queda na última sexta-feira.
O movimento desencadeou baixas no mercado físico, reforçando uma tendência negativa nesse avanço de safra.
Pressão de baixa
E a oferta de milho proveniente da safra 2023/24 tem represado um mercado com baixa demanda.
Na balança comercial, a entrada consistente e volumosa do grão no mercado se soma a uma safrinha seguindo sem empecilhos.
O Outlook Fórum, do USDA, apresentou uma estimativa de diminuição da área do milho americano em 3,8 milhões de acres.
Entretanto, o mercado já mostrou ter precificado essa diminuição e continuou caindo.
Sabendo que a demanda internacional pelo milho está enfraquecida e a produção de etanol possui estoques de cerca de 1 milhão de barris acima da média dos últimos cinco anos, é uma conclusão razoável a de que ainda há espaços para mais baixas no preço do grão.
Vendas lentas
No Brasil, as vendas de milho estão muito lentas, enquanto a safrinha começa a apontar.
Sinal dessa baixa é a ausência de novos embarques nomeados, que se justifica, certamente, pela oferta acima da paridade de exportação que o mercado interno consegue sustentar, mas sem movimentos expressivos de compra no país.
Com o ano avançando, os vencimentos de contas de safra se aproximam, forçando muitos produtores a optar por vender o milho e segurar a soja, o que aumentaria a oferta de forma acelerada, forçando o mercado a recebê-la.
Por consequência, aumento da demanda é igual à pressão de baixa nos preços.
Safrinha
Com o plantio do milho de inverno avançando, o movimento de baixa continua sendo a pauta.
Diante do avanço, o habitual é o mercado se nortear pelo risco climático, dando início a um movimento sazonal de alta.
Mas o que se vê é o contrário.
Com a safrinha alcançando metade das áreas já plantadas, as boas chuvas espantam qualquer previsão de adversidade climática.
Pela velocidade do plantio e a ótima janela, isso se torna cada dia mais improvável de acontecer.
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Na balança dos fatores, esta semana carrega muitos pontos negativos, demandando algum movimento fora do previsto para inverter a tendência.
Portanto, conforme mais estados vão avançando na colheita e entrando na safrinha, esta semana tende a prorrogar o movimento de baixa dos preços.
Fonte: Grão Direto