Esta semana promete ser bem agitada em Chicago, principalmente por conta da divulgação do relatório de oferta e demanda mundial Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), no dia 12.
Diante da piora nas condições de lavouras considerando todo o mês de julho, o relatório poderá trazer um ajuste de produção e oferta, podendo elevar os preços de Chicago.
As previsões climáticas apontam para uma semana com chuvas mal distribuídas e altas temperaturas nos estados produtores americanos.
Movimentos de compras, principalmente da China, também poderão influenciar o mercado. O dólar poderá ter uma semana de queda, pressionado pelo fluxo de entrada de dólar no Brasil. Sendo assim, a semana poderá ser marcada pela alta dos preços no Brasil em relação à semana anterior.
Queda na semana passada
A semana passada iniciou com queda significativa, acima de 6,50%, em Chicago. Isso ocorreu possivelmente por causa da leve melhora nas condições de lavoura dos EUA, no dia 1º de agosto, a qual trouxe um aumento de 1% nas condições boas e excelentes, passando de 59% para 60%.
Outro fator que impulsionou essa queda foi a ida da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, à Taiwan. A situação gerou cautela nos mercados, diante de uma ameaça da China de uma possível retaliação.
Após isso, a soja se recuperou, porém ainda fechou a semana no campo negativo, valendo US$ 16,16 o bushel (-1,52%). Além disso, o contrato com vencimento em março/2023 também fechou em queda de -3,94%, sendo cotado a U$14,15 o bushel.
Essa recuperação foi motivada principalmente pela piora nas previsões de clima nos EUA para os próximos dias, em específico, no Corn Belt (região produtora dos EUA) na região norte, atingindo boa parte da Dakota do Norte e Minnesota; e sul, nas Kansas e em Nebraska.
Contudo, os modelos climáticos estão apresentando divergências, o que vem trazendo bastante incerteza no mercado.
O dólar também teve uma semana de muita volatilidade, chegando a atingir R$ 5,30, porém fechou a sexta-feira perto da estabilidade, R$ 5,17 (0%). Mesmo após a divulgação da geração do número de empregos acima do esperado pelo mercado, o que em tese fortaleceria o dólar, o movimento de entrada de recursos estrangeiros no Brasil tem sido mais significativo no momento.
Além disso, há expectativas de que o Banco Central pode já ter encerrado o ciclo de aperto monetário, depois do último ajuste de 0,50 ponto porcentual. Dessa forma, com a estabilidade do dólar e queda de Chicago, o mercado brasileiro teve desvalorização nos preços em relação à semana dos dias 29/07 a 05/08.

Fonte: Grão Direto