Dados do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) mostram que o setor de nutrição animal no Brasil produziu, no ano passado, 85 milhões de toneladas de ração, crescimento de 4% em relação a 2020. Com isso, o País é o terceiro maior produtor de rações do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos, respondendo por 6,5% do mercado global.
Neste cenário, as transações de fusões e aquisições (M&A) têm ganhado força, principalmente para aumentar a competitividade de pequenas e médias empresas, segundo informações da Redirection International, empresa especializada em consultoria de M&A. “Com a chegada das multinacionais ao país, principalmente nos últimos dez anos, toda a cadeia de Nutrição Animal foi pressionada a ter uma maior escala”, explica o economista Vinicius de Oliveira, especialista em agronegócios e sócio da empresa.
A movimentação mais recente no setor de nutrição de bovinos foi a aquisição da goiana Agrocria pela Premix, que antes já havia incorporado as operações da Paraíso Nutrição Animal. De acordo com um estudo da Redirection, a consolidação da cadeia de produção de alimentos tem, inclusive, despertado o interesse de fundos de investimento Private Equity.
“Um exemplo é o Aqua Capital, que possui cerca de R$ 650 milhões de ativos sob sua gestão, com ampla atuação no setor de agronegócio, saúde e nutrição animal”, aponta. Desde 2016 o fundo realiza aquisições no setor e sua participação foi ampliada recentemente com as transações envolvendo a Yes e a Aquafeed.
O estudo aponta ainda que nos últimos três anos foram realizadas pelo menos 14 operações de fusões e aquisições no setor de nutrição animal no Brasil, tanto do segmento do agro quanto de pets. Somente em 2021 foram seis transações de peso, três vezes mais do que o registrado em 2020.
Caminho aberto para fusões no setor de nutrição animal
Para o especialista, a tendência é que o setor siga aquecido nos próximos anos, abrindo novas oportunidades para fusões e aquisições. Entre os fatores que impulsionam o segmento estão a expectativa de aumento da população mundial e, consequentemente, da demanda por alimentos nas próximas décadas e do nível das exigências em relação a barreiras sanitárias, que têm se tornado mais rigorosas, e do papel do Brasil no contexto internacional de produção de proteína animal.
“Atualmente o país é o segundo maior produtor mundial, é o que mais exporta carne bovina e de aves e o quarto maior produtor e exportador de carne de porco do planeta. O mercado de nutrição animal se caracteriza pela presença de muitos players de grande e pequena escala e continua altamente competitivo e fragmentado. Por isso, a tendência é que se consolide ainda mais nos próximos anos, com grandes oportunidades no segmento de peixes e aves”, afirma Vinicius de Oliveira. O mesmo pode acontecer no mercado de carne bovina.
De acordo com levantamento da Redirection, do total de 85 milhões toneladas de ração produzida em 2021 no país, o maior volume foi para aves (42,6 milhões toneladas), seguido de suínos (19,7 milhões de toneladas) e de bovinos (12,2 milhões de toneladas). Além disso, foram produzidas 4,12 milhões de toneladas de sal mineral e 1,45 milhão de toneladas de ração para a aquacultura.
O estudo setorial sobre Fusões & Aquisições no mercado de Saúde e Nutrição Animal elaborado pelos consultores da Redirection International pode ser acessado no site: https://www.redirection.com.br/relatorios-setoriais
Leia também o impacto do Digital no setor de nutrição animal clicando aqui.