Os produtores brasileiros de soja deverão cultivar 45,62 milhões de hectares em 2023/24.
Será a maior área da história, 2,5% superior ao total semeado no ano passado, de 44,52 milhões.
A projeção faz parte do levantamento de intenção de plantio de Safras & Mercado.
Com uma possível elevação de produtividade, de 3.525 quilos para 3.597 quilos por hectare, a produção nacional deve ficar acima da obtida nesta temporada.
A previsão inicial é de uma safra de 163,25 milhões de toneladas, 4,5% maior que as 156,15 milhões de toneladas colhidas este ano.
Segundo ele, o produtor brasileiro se mostra esperançoso com os rumos do mercado, ainda mais neste momento de dúvidas relacionadas à nova safra norte-americana, que passa por problemas.
Custos menores
“A tendência de custos menores nesta nova temporada devido aos preços mais baixos registrados em alguns insumos, com destaque para os fertilizantes, também encoraja os produtores”, acrescenta.
“É importante destacar que o crescimento deve ser um pouco inferior ao que viemos registrando nos últimos anos, visto que boa parte dos produtores ainda trabalha com margens mais apertadas e não querem avançar tanto para novas áreas”, explica
“De qualquer forma, este novo crescimento da área brasileira deve permitir a colheita de uma safra superior a 160 milhões de toneladas pela primeira vez na história”, estima Roque.
Recuperação gaúcha
O destaque positivo da primeira estimativa fica com a recuperação esperada para a produção do Rio Grande do Sul, que após dois anos de fortes perdas produtivas derivadas do fenômeno La Niña, tem uma perspectiva mais favorável com a chegada do El Niño.
“Apesar disso, a forte descapitalização dos produtores gaúchos deve impedir um maior crescimento da área de soja nesta nova temporada, havendo ainda grandes dúvidas com relação ao tamanho da nova área”, avalia.
No Centro-Oeste e no Sudeste, Safras espera novamente por grandes produções, mas neste primeiro momento a expectativa é que se obtenha produtividades médias um pouco mais baixas que as registradas na safra 2022/23, que bateram recordes em vários estados.
O Norte e Nordeste devem ter os maiores aumentos de áreas em termos percentuais, com os produtores avançando sobre a nova fronteira agrícola brasileira.
“Apesar disso, é importante lembrar que anos de El Niño ligam um alerta para a região devido a tendência de chuvas abaixo da média”, ressalva.
Fonte: Safras & Mercado