A última semana do ano foi mais breve em Chicago por conta do feriado de Natal.
Após o retorno, o mercado se sustentou refletindo a situação climática, ainda bastante desfavorável na Argentina, e a continuidade de melhora nas perspectivas de demanda da China.
Com isso, o contrato com vencimento em janeiro/2023, finalizou a sexta-feira valendo US$15,19 o bushel (+2,64 %).
E o contrato com vencimento em março/2023 seguiu a mesma tendência, fechando a semana valendo US$ 15,24 (+2,56%).
Argentina e o clima
Apesar do início da semana ter sido afetado pela melhora pontual do clima na Argentina, com chuvas inesperadas durante o fim de semana, isso não foi suficiente para trazer alívio ao estado de alerta que o país enfrenta.
De acordo com a Bolsa de Cereales de Buenos Aires (BCBA), o plantio da safra 2022/23 aumentou o ritmo semanal.
E alcançou 72,2% da área projetada contra 81,4% do mesmo período da safra passada.
Porém, as condições das lavouras já semeadas se encontram bastante prejudicadas.
Apenas 10% delas em condições boas/excelentes, contra 57% do ano anterior.
Plantio brasileiro concluído
No Brasil, o plantio estava tecnicamente concluído, de acordo com a Conab, até dia 29.
E nível nacional, as lavouras encontravam-se em condições satisfatórias de desenvolvimento.
Com chuvas abrangentes e volumosas, com exceção do RS.
No MT, a colheita já foi iniciada em algumas áreas.
Por fim, a continuidade das flexibilizações das medidas sanitárias do Covid-19 na China aumentou as expectativas de uma recuperação econômica.
As proximidades do feriado do Ano Novo Chinês fortaleceu a expectativa de aumento na demanda.
Apesar de aumentar o risco de infecções devido às aglomerações com as comemorações familiares.
Câmbio
A moeda americana teve a semana passada de muita oscilação.
E fechou a sexta-feira cotada a R$ 5,28 (+2,13%).
O cenário interno foi o principal motivador da alta semanal.
A formação da equipe ministerial do novo Governo trouxe nomes que não agradaram o mercado.
Com a alta de Chicago somada à alta do dólar, as cotações da soja brasileira tiveram uma semana de valorização ante a relação à semana anterior.
A semana será mais curta em Chicago, por conta do feriado de Ano Novo.
Porém, deve continuar atenta à evolução do plantio na Argentina e o desenvolvimento das lavouras no Brasil.
E o clima continuará sendo observado de perto.
Chuvas generalizadas, menos no RS
O Inmet projeta chuvas significativas para todo o Brasil.
Com exceção do sul, afetando principalmente o RS.
Previsões de chuvas localizadas no cinturão produtor da Argentina, principalmente as províncias de Córdoba e parte de Buenos Aires, poderão favorecer a continuidade do plantio.
Caso essas condições se confirmem, poderá oferecer um certo alívio às pressões altistas das cotações de Chicago.
A continuidade das flexibilizações nas restrições ao Covid-19 pela China poderá ser refletida no aumento da demanda da oleaginosa.
E refletir nos números de exportações americanas desta semana.
Em contrapartida, o aumento de contaminações também é crescente, o que traz um pouco de cautela ao mercado.
Os fatores internos no Brasil devem continuar pressionando a cotação da moeda americana diante da evolução de movimentos políticos que afetam diretamente a economia brasileira.
Sendo assim, a semana poderá ser marcada por alta no dólar.
Caso esse cenário se confirme, a semana poderá apresentar valorizações nas cotações brasileiras.
E prevalecer a alta do dólar e a melhora na expectativa de demanda da China.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br
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