A semana passada foi de indecisão para a soja.
Diante da ausência de novos direcionamentos para a safra sul-americana, as cotações de Chicago oscilaram pouco, em relação às outras semanas.
Já na safra argentina, a presença de chuvas irregulares durante a semana trouxe uma piora nas condições das lavouras.
E houve uma redução para 82% (-1%) das condições boas/excelentes.
Na macroeconomia, após a divulgação dos dados norte-americanos da inflação dentro do esperado, o mercado financeiro ficou mais tranquilo.
Com isso, a moeda norte-americana teve uma semana de queda.
Em Chicago, o contrato de soja para março de 2024 encerrou a US$ 11,42 o bushel (+0,53%).
Possível reversão de tendência?
E após 10 semanas de queda, as cotações de Chicago fecharam a semana passada no campo positivo.
A parte vendedora ainda continua relutante em negociar nos preços praticados, tanto no mercado interno, quanto na exportação.
No entanto, espera-se que o ritmo de colheita se intensifique neste mês, o que pode continuar a pressionar as cotações devido à oferta que será injetada no mercado.
Mercado brasileiro
No mercado físico brasileiro, os preços foram ligeiramente melhores, mesmo com a queda do dólar (-0,60%) ao longo da semana, cotado a R$ 4,96.
A melhora também aconteceu no contrato com vencimento em maio de 2024 (+0,61%), fechando a semana em US$ 11,50 o bushel.
A volta das chuvas
De acordo com os mapas meteorológicos, nesta semana haverá o retorno das chuvas em praticamente todas as regiões do Brasil.
Entretanto, a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para março indica uma tendência de chuvas abaixo da média em grande parte das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul.
Avanço da colheita
Segundo o levantamento realizado pela Grão Direto com seus usuários (Termômetro de Mercado), pelo menos 50% dos entrevistados indicaram que ainda não iniciaram a colheita.
Enquanto apenas uma média de 21% afirmaram ter colhido mais da metade de sua produção.
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Os números refletem a dificuldade enfrentada no plantio das lavouras, em que grande parte teve que ser replantada e, consequentemente, influenciando no período de colheita, que acaba por ter um ritmo mais lento com chuvas pontuais.
Exportações
E segundo a Secex, o Brasil já exportou cerca de 5 milhões de toneladas até o momento, o que se aproxima dos números totais de fevereiro do ano passado.
Se esse ritmo persistir, o país poderá alcançar números superiores a 6 milhões de toneladas, representando um aumento de aproximadamente 20%.
Dólar terá volatilidade
Nesta semana, haverá o Relatório de Emprego dos Estados Unidos (Payroll), e se espera uma queda em comparação com o último relatório.
Esta queda contraria o histórico dos anos anteriores, que geralmente trouxeram um aumento no mês de março em relação a fevereiro.
Este cenário reflete uma economia norte-americana ainda frágil.
Com base nos fatores mencionados, é possível que as cotações de Chicago tenham um desempenho positivo, o que poderá impactar o mercado físico.
Dessa forma, é esperada uma continuidade na recuperação dos preços da soja ao longo da semana.
Fonte: Grão Direto