O mercado de soja manterá os olhares voltados para o clima na América do Sul nesta semana.
As condições se mostram bastante favorável para a maioria das regiões brasileiras. Apenas alguns problemas pontuais no MS.
Já a Argentina, poderá continuar com chuvas localizadas e volumes pouco expressivos.
E o mercado continuará monitorando a China. Isso se dá diante casos de Covid e de sua postura radical de contenção.
O mercado aguarda posicionamento mais firmes de compras nesta semana.
Caso se mantenha o cenário, Chicago deve ser pressionado para baixo.
De com o fim da colheita norte-americana, o mercado entra em sazonalidade de alta em Chicago, aguardando a colheita da América do Sul.
Por outro lado, o programa de exportações norte-americano está lento.
Reflete a baixa demanda da oleaginosa. E esta realidade é um contrapeso nas cotações.
Incertezas econômicas
Ruan Sene, analista da plataforma Grão Direto, afirma que o dólar tende a continuar sendo, fortemente, influenciado por incertezas econômicas internas.
E poderá ter mais uma semana de muita volatilidade.
Caso esse cenário continue, poderá ocasionar em uma semana de valorização frente ao real.
A continuidade da valorização do dólar nesta semana será um contrapeso nas cotações brasileiras.
Esta realidade se daria diante da possibilidade de continuidade da queda em Chicago.
E poderá se desenrolar uma semana de leves valorizações.
A semana passada foi mais curta em Chicago por conta do feriado de Ações de Graças.
E isso consequentemente provocou baixa oscilação na bolsa.
Além disso, os últimos dias foram marcados, principalmente, pelo aumento do número de casos de Covid na China.
Além de preocupações com a safra argentina 2022/23.
Com isso, o contrato com vencimento em janeiro/2023 fechou a sexta a US$ 14,33/bushel (+0,42%).
E o contrato março/2023 também fechou a semana no campo positivo: US$ 14,40 (+0,56%).
Política Covid Zero
A política de “Covid Zero” – medidas restritivas (lockdown) impostas pela China para controlar o coronavírus – tem afetado negativamente a cadeia da demanda de soja.
Tem feito que o mercado volte seu olhar para as importações chinesas.
E, nesse contexto, de acordo com o USDA, de 11 a 17 de novembro, a China comprou apenas 110 mil toneladas de soja norte-americana.
O volume é bem abaixo da normalidade.
Segundo Sene, mesmo com os estoques baixos, o país asiático não tem comprado volumes expressivos.
Segue na expectativa de obter melhores oportunidades de negócios mais à frente.
Isso num cenário de boas expectativas da safra brasileira.
Argentina sofre
Além disso, vale destacar que a safra da Argentina continua sofrendo com as condições climáticas desfavoráveis.
A Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) informou que até o dia 24 o país havia semeado apenas 19,4% de sua área de soja. Contra 39,3% na mesma época de 2021.
Dessa forma, o país, que é o maior exportador do complexo de soja (farelo e óleo de soja), possivelmente não conseguirá manter seus níveis de exportações.
E poderá abrir oportunidades para o Brasil suprir essa oferta reduzida.
Plantio brasileiro avança bem
Já no Brasil, o plantio atingiu 75,9% a nível nacional, de acordo com o boletim publicado no dia 21 pela Conab.
O plantio do MT chegou perto da conclusão, com 98,8% das áreas projetadas. No estado as precipitações ocorridas beneficiaram muitas lavouras em estágio crítico de algumas regiões.
Além disso, no PR e em SP, 90% da área foi semeada. E a maioria das lavouras está apresentando bom desenvolvimento.
Em MG, o retorno das chuvas continua favorecendo o avanço no plantio, que alcançou 74% da área.
Câmbio valorizado
No mais, a moeda americana teve uma semana de valorização.
Fechou a sexta a R$ 5,41 (+0,66%).
As incertezas políticas no Brasil permanecem no mercado.
O cenário ocorre diante da indefinição da equipe econômica.
É que as indicações deixaram o mercado em dúvida sobre as responsabilidades fiscais e políticas monetárias.
Com a alta do dólar e Chicago, as cotações brasileiras tiveram valorizações em relação à semana anterior.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br
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