O “Centro Nacional de Mitigação da Seca” apresentou uma expansão da área de seca na região produtora americana de soja.
E mostrou bastante preocupação em relação ao potencial de produção daquele país.
As chuvas não vieram e as temperaturas continuam altas.
Pressão brasileira
Já a safra brasileira pressionou as cotações. Apesar do aumento dos preços em Chicago, houve queda nos preços da soja no mercado interno brasileiro, o que pode ser atribuído ao volume restante para ser comercializado.
E o dólar permaneceu em queda.
Conforme expectativas de mercado, ocorreu a manutenção das taxas de juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (FED), no intervalo de 5% a 5,25%.
Essa deliberação promoveu certo otimismo para o mercado.
Dólar e Chicago
Assim, diante desse cenário, o dólar encerrou a semana passada cotado a R$ 4,82 (-1,23%).
E em Chicago o contrato de soja com vencimento em julho/23 finalizou a semana cotado a US$ 14,66 o bushel (+5,62%).
E o contrato com vencimento em março/24 a US$ 13,25 o bushel (+9,32%).
Apesar da alta expressiva de Chicago, a soja brasileira teve uma semana de leves desvalorizações, pressionada pela queda do dólar e o grande volume de vendas.
Ontem, no dia 19, não houve sessão de negociação em Chicago devido ao feriado de Juneteenth nos Estados Unidos. Consequentemente, o mercado brasileiro ficará sem uma referência para as operações locais.
Clima no centro das atenções
Para os Estados Unidos, a previsão climática de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), é mais favorável para as regiões centrais, norte e oeste, abrangendo grande parte das principais regiões produtoras.
As temperaturas nas principais regiões produtoras foram mais elevadas em relação à semana anterior.
Mas e se as chuvas chegarem, como pode se comportar Chicago?
Ao contrário da semana anterior, na qual foi possível observar um aumento significativo nos preços em Chicago devido à expansão da área de seca nos Estados Unidos, se o clima melhorar e as condições das plantações se recuperarem, poderão ocorrer fortes quedas nas cotações.
Pelo histórico climático americano, sabe-se que as chuvas sazonalmente aparecem no final de junho e começo julho.
Cotações brasileiras
Caso as cotações de Chicago revertam as altas da semana anterior, o mercado brasileiro poderá sofrer mais uma onda de quedas, pressionado pela queda do dólar e pelo grande movimento de venda da oleaginosa.
E para esta semana, haverá grande atenção por parte do mercado em relação à reunião do Copom, agendada para os dias 20 e 21, em que serão definidos os rumos das taxas de juros no Brasil.
Apesar de existir um consenso sobre a manutenção da taxa, os participantes do mercado estarão atentos a possíveis indícios de redução das taxas no próximo semestre.
Essa perspectiva pode resultar em uma valorização da moeda dos Estados Unidos.
Perante os fatos apresentados, a soja em Chicago poderá apresentar uma semana negativa, mas a alta projetada para o câmbio poderá neutralizar a queda dos preços no mercado interno brasileiro.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br