O relatório de Oferta e Demanda do USDA revisou para cima a área plantada, a produtividade e a produção da soja em lavouras americanas.
E as exportações daquele país foram corrigidas para cima, de 49,67 milhões para 50,35 milhões de toneladas.
Assim, a semana passada foi de queda nas cotações em Chicago.
O contrato de soja para agosto de 2024 encerrou a US$ 9,37 o bushel (-5,16%).
E no mercado físico brasileiro houve movimentos de queda, influenciadas por Chicago e pelo dólar, que recuou 0,91%, para R$ 5,47 na última semana.
Assim como o contrato com vencimento em março de 2025 também fechou pessimista e recuou 4,16%, a US$ 9,90 o bushel.
Os números do relatório desencadearam um movimento de queda significativo durante a semana, que foi fortalecido pelo cenário otimista da safra norte-americana.
Os dados comprovam que a safra de soja dos Estados Unidos tem registrado as melhores condições dos últimos anos.
E isso foi reforçado pelo relatório de oferta e demanda, que trouxe um ajuste positivo da área plantada e da produtividade, resultando em uma projeção da produção estimada em 124,9 milhões de toneladas.
A demanda também teve um acréscimo, mas não foi o suficiente para mudar o balanço positivo da oferta da oleaginosa nos EUA e no mundo.
O que pode mudar esse cenário?
Espera-se que a demanda global aumente apenas 2,2%, enquanto a produção deve crescer 8,5% na próxima temporada, que começa no próximo mês.
Isso resulta em um cenário com um balanço bastante favorável para a oferta.
Já a temporada 2023/24 da safra norte-americana está chegando ao fim com um resultado abaixo do esperado, com uma expectativa de produção de cerca de 46,27 milhões de toneladas, segundo o USDA, o que representa uma queda de 15% em relação à safra anterior.
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Para a próxima temporada, que também se inicia no próximo mês, projeta-se um aumento de 8%, com um volume previsto de 50,34 milhões de toneladas.
Brasil: exportações e safra
No Brasil, a expectativa para a próxima safra permanece em 105 milhões de toneladas.
Nos primeiros sete dias úteis de agosto, o Brasil exportou quase 2,4 milhões de toneladas do grão, com a China como principal destino.
No acumulado do ano, as exportações somam 77,8 milhões de toneladas.
Chicago não para de cair
As cotações em Chicago têm caído de forma significativa desde junho de 2022.
Após romperem as faixas entre US$ 11,20 e US$ 12,00 por bushel, os preços buscaram níveis entre US$ 9,70 e US$ 10,50, voltando à região em que se encontravam antes da alta provocada pela pandemia.
Após romper as últimas posições, as cotações poderão buscar os patamares de US$ 9,45 o bushel.
Embora ainda não haja sinais de reversão dessa tendência, acredita-se que ela esteja próxima, pois os preços estão bastante desvalorizados, e têm causado prejuízos aos produtores norte-americanos.
Em resumo, conforme a plataforma Grão Direto, o que poderá alterar esse cenário será um resultado inesperado, seja no lado da oferta ou da demanda.
Após semanas de quedas consideráveis, a Grão Direto avalia que as cotações poderão ter uma semana de correção/realização de lucros, dando um alívio aos produtores brasileiros, que também estão sofrendo com a queda do dólar no momento da comercialização.
Fonte: Grão Direto