Diante de um consumo crescente de soja e de uma produção menor, o Brasil deve finalizar 2024 com um dos menores estoques finais dos últimos anos, conforme a Conab.
A previsão é que o país exporte 92,4 milhões de toneladas, e que registre um consumo interno de 55,9 milhões, somando 148,3 milhões de toneladas consumidas.
Isso deixaria o Brasil com pouco mais de 3 milhões de toneladas em estoque no final do ano.
Valorização do prêmio
Esse cenário poderá trazer oportunidades para o Brasil, principalmente nos últimos meses do ano, onde poderá haver uma valorização do prêmio, caso a demanda continue aquecida.
A avaliação é da plataforma Grão Direto.
No entanto, para que isso se concretize, será necessário um escoamento limitado dos Estados Unidos, que até o momento está previsto para colher a maior safra da história.
Exportações americanas
Nos Estados Unidos, as vendas de farelo e óleo de soja aumentaram significativamente na semana passada, favorecendo o comportamento dos grãos.
E as exportações americanas de soja da safra 2024/25 cresceram em muito em relação às últimas semanas.
O ano-safra norte-americano, encerrado em 31 de agosto, registrou uma queda de mais de 15% no volume total de exportações em comparação com o ano-safra anterior, conforme dados do USDA.
Para o ciclo de comercialização 2024/25, as vendas acumuladas de soja correspondem a 20,5% da meta projetada pelo USDA, em contraste com a média de 26,5% dos últimos cinco anos.
Para alcançar a previsão do USDA, as vendas semanais precisarão atingir uma média de 740 mil toneladas.
O principal destino é a China.
Valorização em Chicago
E como a economia norte-americana ainda está gerando dúvida no mercado sobre o início da redução das taxas de juros, o dólar se valorizou no Brasil.
No mercado físico brasileiro houve movimentos com predominância de alta para a soja, impulsionado pelo dólar subindo 2,92%, para R$ 5,64.
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Em Chicago, o contrato de soja para setembro de 2024 encerrou a semana a US$ 9,81 o bushel (+3,05%).
O contrato com vencimento em março de 2025 também fechou em alta, de 2,28%, a US$ 10,30 o bushel.
Na semana passada, o contrato de novembro de soja em Chicago registrou uma alta de quase 3%, fechando em US$ 10,00 por bushel, um nível técnico crucial para os próximos dias.
Se o preço se mantiver acima desse patamar, pode ocorrer um “respiro” após semanas de forte pressão vendedora.
Os especuladores aumentaram suas posições de venda, com saldo negativo de -184,3K.
A manutenção do preço acima de US$ 10,00 pode forçar a liquidação dessas posições, elevando o preço, enquanto uma queda pode retestar mínimas recentes, criando incertezas para os produtores americanos.
Regiões de atenção
Considerando uma tendência de alta, as regiões de US$ 10,15, US$ 10,30 e US$ 10,45 podem atuar como resistência e segurar o movimento de alta em direção aos US$ 10,80, que seria um patamar interessante para o preço voltar a testar.
Por outro lado, as regiões de queda são US$ 9,72, e US$ 9,60.
Caso ocorra a perda das regiões comentadas, poderá se ver o preço a caminho de um teste da região dos US$ 9,25 (região relevante tecnicamente, onde foi negociado pela última vez em agosto de 2020.)
Fonte: Grão Direto