As exportações de soja americana se mostraram abaixo do esperado na semana passada. No mesmo cenário, o Brasil segue mais barato mesmo com a colheita avançando nos EUA.
Ainda nos Estados Unidos, o clima quente com falta de chuvas têm reduzido os níveis de água do rio Mississipi e encarecido o frete.
Esse é um fator que tem deixado a soja americana mais cara que a brasileira.
E com o avanço da colheita em 5% apontado na última semana, EUA estão com colheita 1% à frente da média histórica para o período.
Taxas de juros e dólar
O Copom reduziu a taxa Selic em 0,5%, enquanto o FED, o banco central americano, manteve a taxa de juros americana (entre 5,25% e 5,50%). Tudo dentro da expectativa do mercado.
Movimento ocorreu após FED sinalizar que as altas taxas devem permanecer por mais tempo. Foi 1,03% de alta, fechando a R$ 4,93.
Em Chicago, o contrato de soja para novembro/23 fechou mais uma semana com desvalorização.
E dessa vez de uma maneira considerável, sendo cotado a US$ 12,95 o bushel (-3,21%).
E o contrato com vencimento para março/24 encerrou a semana a US$ 13,24 (-2,86%).
Acompanhando essa desvalorização, a soja brasileira recuou no mercado físico em relação à semana passada.
Plantio segue
E segue o avanço no plantio da soja, mas o clima quente pode atrapalhar o avanço do plantio nas próximas semanas, ainda que aos primeiros sinais de chuvas o avanço da área fortalece o ritmo.
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Condições climáticas
Mapas climáticos apontam o início de um ciclone no sul do país, que levanta preocupações sobre o volume de chuva.
Rio Grande do Sul e Santa Catarina são os principais afetados.
Isso certamente pode impactar o avanço no plantio da soja.
Para o restante do país, o que era de se esperar com o El Niño tem se confirmado: poucas chuvas no norte e nordeste do país, algumas chuvas localizadas no centro-oeste e altas temperaturas para todos os estados.
Colheita EUA
Com colheita mais avançada que a média histórica, final de setembro e início de outubro são marcados pela aceleração na colheita.
Caso não haja vendas reportadas, acompanhando o baixo ritmo da última semana, a entrada da oleaginosa no mercado interno poderá derrubar de forma mais rápida as cotações em Chicago.
Exportações rumam a recorde
Com o ritmo reduzido das exportações americanas e soja mais barata no Brasil, a expectativa de exportação de 100 milhões de toneladas pelo Brasil este ano se fortalece.
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E esta poderá ser uma semana de indecisão para o dólar, marcada pela lateralização nas cotações.
Por um lado, o Brasil pode sofrer com o encarecimento do frete e, por consequência, aumentar a inflação, puxando o dólar para cima.
Por outro lado, o apetite por ativos de risco tem ganhado força e isso reforça pressões baixistas.
Perante os fatos apresentados, a soja em Chicago poderá apresentar mais uma semana negativa, com o mercado físico brasileiro seguindo a mesma tendência.
Fonte: Grão Direto