A semana passada da soja foi marcada por muitas surpresas e oscilações em Chicago.
O Relatório de Oferta e Demanda de Grãos para a safra 2022/23, divulgado no dia 12, USDA, foi o principal motivador. Afinal, trouxe quedas nos números acima do esperado pelo mercado.
A produção da oleaginosa nos EUA foi corrigida para baixo. Saiu de 123,31 milhões de toneladas em agosto para 119,16 milhões neste mês.
Ou seja, queda de 3,48%. Logo, a produção mundial de soja também caiu, para 389,77 milhões de toneladas na projeção do USDA. Em agosto, era de 392,79 milhões.
Nesse contexto, os estoques finais no mundo tiveram queda de 2,51%. De 101,41 milhões de toneladas para 98,92 milhões.
Safra brasileira
A expectativa da safra 2022/23 do Brasil foi mantida em 149 milhões de toneladas (recorde). E a da Argentina em 51 milhões de toneladas.
Além disso, as chuvas no Mato Grosso do Sul levaram a melhora no clima. E acabou o vazio sanitário. Isso fez com que Chicago devolvesse parte dos ganhos após a divulgação do relatório do dia 12.
Clima
Segundo a plataforma Grão Direto, o clima na América do Sul, a partir de agora, será acompanhado de perto pelo mercado.
Diante disso, as cotações fecharam o dia 16 no positivo. O contrato novembro/2022 valendo US$ 14,46 o bushel (+2,34%). Já março/2023 a US$ 14,53 (+2,25%).
Câmbio
Além disso, o dólar fechou em alta no dia 16, com o maior ganho semanal frente ao real em mais de dois meses, cotado a R$5,26 (+2,14%).
Segundo Ruan Sene, analista da Grão Direto, a semana foi marcada pelos números mais altos do que o mercado esperava. Tanto de inflação quanto de atividades econômicas, da maior economia do mundo. E isso causou bastante temor no mercado.
Dessa forma, alimentou-se apostas de mais um aumento de juros pelo Fed (Banco Central dos EUA), nesta semana. De 0,75 ponto porcentual e cogitações até mesmo 1 ponto percentual.
Sene acredita que esse cenário torna o país norte-americano muito atrativo para investimentos na renda fixa (a mais segura do mundo).
Com a alta do dólar e Chicago, as cotações do mercado brasileiro fecharam a semana em valorização, com relação à semana anterior.
Para esta semana o clima na América do Sul será acompanhado com muita atenção pelo mercado.
Devido à continuidade do plantio de soja no Paraná, e início do plantio Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, que são importantes regiões produtoras no Brasil.
Exportações argentinas
As exportações da Argentina poderão continuar pressionando Chicago, diante do incentivo do governo. Movimentações de compras do país asiático também poderão continuar influenciando o mercado.
O dólar terá uma semana de muita oscilação em função das reuniões do Banco Central dos EUA e do Brasil, com possibilidade de fechar a semana em alta.
Caso Chicago continue sua tendência de queda e o dólar em alta, a semana poderá ser marcada pela estabilidade de preços, em relação à semana anterior.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br