O anúncio de cortes e a isenção do IR para rendas até R$ 5 mil ampliaram temores sobre o déficit público na economia brasileira, fazendo o dólar bater em R$ 6,11 ao longo da semana.
Apesar disso, o mercado físico de soja não consolidou altas, com registros de baixa em algumas regiões, refletindo a falta de suporte nos preços.
Neste sentido, ao estabelecer forte contrapeso contra a alta do dólar, o ritmo de plantio da safra de soja e as expectativas de produção, tanto brasileira quanto argentina, estabilizaram os preços no mercado interno.
No mundo, a Guerra na Ucrânia, na última semana, o conflito ganhou novos contornos.
O posicionamento de alguns países e de membros da OTAN dão sinais de que o conflito pode se espalhar e forçar o envolvimento da Europa e dos EUA.
Em síntese, em Chicago, o contrato de soja para janeiro de 2025 encerrou a semana US$ 9,91 por bushel, com alta de 0,61%.
Lavouras
Na semana, clima foi favorável para o desenvolvimento das lavouras na maior parte do país.
No entanto, algumas áreas, como o centro-sul do Mato Grosso do Sul, enfrentam dificuldades devido ao déficit hídrico.
A Conab destacou que, de forma geral, os estados produtores apresentam condições excelentes para o avanço das culturas.
Mais sobre a oleaginosa em Projeção é que RS tenha safra de soja 2024/25 18% superior à anterior
Para esta semana, a previsão é de chuvas regulares nas principais regiões produtoras, com exceção de Mato Grosso do Sul e Bahia, que podem enfrentar desafios no desenvolvimento vegetativo por conta da falta de água.
Planejamento
Com a colheita nos Estados Unidos concluída, a Bolsa de Chicago mantém as cotações abaixo de US$ 10/bushel por nove pregões consecutivos, refletindo o alto volume da safra norte-americana e a redução da demanda internacional.
Com o Brasil se aproximando da colheita, um clima favorável por aqui pode pressionar ainda mais as cotações, mesmo abaixo de US$ 9/bushel.
Portanto, produtores devem considerar esse cenário ao planejar suas estratégias de venda, já que uma pressão adicional nos preços é esperada com o avanço da safra brasileira.
A instabilidade fiscal e os movimentos políticos no Brasil levaram o dólar a atingir o patamar de R$ 6 na última semana, além de aumentar a inclinação da curva de juros futuros.
Para o mercado de grãos, um dólar mais forte frente ao real pode ser um fator positivo para a competitividade da soja brasileira no mercado internacional.
Contudo, isso também intensifica a pressão de baixa sobre os preços na Bolsa de Chicago, devido ao aumento da oferta global de grãos brasileiros.
Este cenário gera um dilema para o produtor: enquanto o dólar alto eleva a rentabilidade em reais, o impacto nos preços internacionais pode limitar os ganhos.
A recomendação da plataforma Grão Direto é monitorar de perto os prêmios regionais e a dinâmica do mercado internacional para encontrar boas oportunidades de comercialização.
Com base nos pontos apresentados e diante das boas perspectivas climáticas, a Grão Direto avalia que será ter uma semana negativa em Chicago e, sem surpresas, um dólar também recuando ao longo da semana.
Fonte: Grão Direto
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