As medidas de flexibilização contra o Covid-19 na China poderão aumentar a demanda de soja norte-americana.
O país asiático vem efetuando compras futuras em menor volume, se comparado ao ano passado.
Possivelmente está aguardando a safra brasileira chegar ao mercado.
Câmbio e política
E a moeda americana deve ter mais uma semana de muita oscilação.
Afinal, haverá dados econômicos importantes da economia americana: inflação e decisão de taxa de juros.
No Brasil, o cenário político poderá continuar sendo observado de perto, mas sem grandes novidades.
Sendo assim, a moeda americana poderá ter uma semana de alta.
Semana de continuidade de alta
Diante de todo esse cenário de incertezas, a semana poderá ser de continuidade de alta nas cotações aqui no Brasil.
Isso ocorrerá com uma possível valorização de Chicago e dólar, tornando o cenário propício para vendas brasileiras.
A semana passada foi marcada por forte alta nas cotações de soja Chicago.

Clima na Argentina
Principalmente por causa das condições climáticas adversas da Argentina.
O contrato com vencimento em janeiro/23 encerrou a semana sendo cotado a US$ 14,82/bushel (+2,92%).
E o com vencimento em março/23 a US$ 14,86 (+2,62%).
A safra 2022/23 da Argentina vem sendo bastante prejudicada com as chuvas mal distribuídas e temperaturas elevadas.
De acordo com a Bolsa de Cereales de Buenos Aires (BCBA), o país vem registrando temperaturas acima de 35ºC.
E um nível de precipitação acumulada bem abaixo da média de outros anos.
Além disso, o plantio segue lento com apenas 37,1% da área total plantada. Ante 56,1% no mesmo período do ano passado.
Dessa forma, apenas 11% das lavouras estão em condições boas e excelentes, contra 78% em relação à safra 2021/22.
Por outro lado, também vale ressaltar que o farelo de soja tem sido um derivado de maior representatividade no processamento do grão.
Representa cerca de 70% da soja.
Sendo assim, esse farelo vem se valorizando expressivamente.
E fechou a semana cotado a US$ 471,60/tonelada. Alta de +11,20%.
Essa valorização, consequentemente, tem puxado as cotações em Chicago.
Relatório do USDA
Ainda na semana, foi publicado o relatório de Estimativas de Demanda e Oferta Agrícola Mundial (WASDE), emitido pelo USDA.
Ele não trouxe alterações nas estimativas de produção da América do Sul.
Assim, contrariou as expectativas do mercado, que esperava redução de produção, principalmente na Argentina.
Contudo, houve diminuição dos estoques finais. Apesar de pouco expressiva, no mercado argentino.
Lavouras brasileiras ótimas
No Brasil as condições de lavoura continuam ótimas.
Segundo o boletim divulgado dia 8 pela Conab, a projeção da expectativa de produção nacional de soja se mantém acima de 150 milhões de toneladas.

Já o plantio evoluiu 33,2% no último mês. E totalizou 90,7% da área projetada.
Em relação ao dólar, a semana foi marcada por muita volatilidade.
Foi reflexo das questões políticas internas do Brasil, marcada pela aprovação da “PEC da Transição” e a definição do ministro da economia.
Segundo o analista da Grão Direto Ruan Sene, apesar da aprovação da proposta, houve uma interpretação positiva pelo mercado,
Pois foi reduzida em 53 bilhões, diminuindo o impacto fiscal.
Além disso, houve a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil em manter a taxa Selic (taxa básica de juros) em 13,75% ao ano.
Dessa forma, a moeda americana terminou a semana cotada a R$ 5,25 (+0,59%).
Com a alta expressiva de Chicago e do dólar, a soja brasileira obteve uma valorização em relação à semana anterior.
O clima na América do Sul vai continuar sendo um fator muito importante diante da evolução do plantio.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) projeta chuvas volumosas para todo o Brasil, com exceção do Nordeste.
Sene acredita que as precipitações poderão continuar pouco expressivas e com temperaturas elevadas no cinturão produtor da Argentina.
Isso apresentará mais preocupação para o mercado, o que pressiona as cotações de Chicago.
Os números de exportações da soja norte-americana serão observados de perto pelo mercado.
E podem provocar um aumento no volume de venda.
Isso devido ao incentivo que as fortes altas estão trazendo para o produtor americano.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br