Houve um avanço significativo do plantio da soja nas lavouras brasileiras na semana passada devido aos bons volumes de chuvas.
Mato Grosso iniciou novembro com 79,56% da área plantada, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
O plantio avança e as condições climáticas permanecem favoráveis para um bom desenvolvimento das lavouras na maior parte das regiões.
Como já havia sido alertado, um bom início de safra exercerá pressão de baixa nos prêmios futuros.
Conforme a safra avança e nenhum problema se apresenta, as condições atuais, se mantidas, levarão o Brasil a outra safra recorde.
A expectativa de 166 milhões de toneladas projetada pela Conab segue realista e pode sofrer ajustes para cima.
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Embarques
E o Brasil está com um ritmo acelerado nas exportações de farelo de soja, com cerca de 18 milhões de toneladas exportadas no ano, o que representa um aumento de 1,8% em relação a 2023 até o momento.
O motivo do impulso nas exportações é a antecipação das compras do bloco europeu, em função da expectativa de vigência da EUDR (European Union Deforestation Regulation), lei imposta pela União Europeia que proibirá a importação de produtos provenientes de áreas desmatadas após dezembro de 2020.
Esse aumento na demanda tem gerado um efeito positivo nos prêmios da soja spot.
Taxa de juros
Amanhã, 6, o Banco Central do Brasil decidirá a taxa de juros.
A expectativa do mercado é de um aumento de 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano.
A reunião ocorrerá um dia após as eleições nos EUA, onde, caso Trump seja eleito, espera-se um cenário de reduções mais rápidas na taxa de juros.
Com a elevação para 11,25% ao ano no Brasil e um possível cenário de redução nos EUA, o dólar pode encontrar resistência para continuar subindo.
Contudo, até a confirmação desse cenário, mesmo com a alta de juros, o real tende a se desvalorizar.
Plantio americano
E o ritmo da colheita americana está acelerado, próxima a 100% da área, enquanto a comercialização mais lenta exerce pressão de baixa nas cotações na Bolsa de Chicago.
O real se desvalorizou em relação ao dólar na semana passada após uma semana de tensões nos mercados.
A taxa de juros futura (DI de um dia) fechou a semana a 13,23% ao ano, e o câmbio, a R$ 5,89.
Em Chicago, o contrato de soja para novembro de 2024 encerrou a semana US$ 9,75 por bushel (alta de 0,98%).
O contrato com vencimento em março de 2025 também registrou alta de 0,90%, a US$ 10,09.
Com base nos fatores apontados, a plataforma Grão Direto avalia que será mais uma semana negativa em Chicago, restando ao dólar, principalmente, fazer o contrapeso das cotações aqui no Brasil.
No interior os prêmios devem seguir valorizando para o grão disponível. E o cenário persiste pessimista para nossa moeda.
Fonte: Grão Direto