O clima ainda continuará sendo o centro das atenções nesta semana para a soja, diante da evolução do plantio e desenvolvimento inicialda cultura.
A avaliação é de Ruan Sene, analista da plataforma Grão Direto. Nesta quarta, dia 12, haverá a divulgação do Relatório de Oferta e Demanda Mundial, pelo USDA. E isso poderá direcionar o mercado, diante da indecisão nesse momento.
No exterior, com o fim do feriado na China referente a “Semana Dourada”, o volume de compra poderá aumentar, valorizando as cotações de Chicago. A evolução da colheita norte-americana é o contrapeso desse cenário.
O dólar poderá voltar ao seu movimento de alta diante das incertezas econômicas mundiais. Caso Chicago termine a semana no campo positivo e o dólar em alta, os próximos dias até sexta poderão ser marcados por valorizações nos preços da soja no Brasil, em relação à semana anterior.
Oscilações em Chicago
A semana passada foi marcada por leves oscilações em Chicago. O contrato com vencimento em novembro/2022 fechou a sexta-feira valendo US$ 13,65 o bushel (-0,07%). Já março/2023 fechou no campo positivo, US$ 13,86 o bushel (+0,25%).
A estabilidade foi causada pela ausência de novos fatores que pudessem movimentar de forma significativa as cotações. Tudo indica que o mercado aguardará a divulgação do Relatório de Oferta e Demanda Mundial pelo USDA.
A colheita norte-americana segue avançando bastante, diante do clima favorável. De acordo com o último relatório divulgado pelo USDA, no dia 3, atingiu 22% da área plantada, perto da média de 25% dos últimos cinco anos. Isso vem agradando o mercado.
Plantio evoluindo
De acordo com a Conab, até o momento, o plantio 2022/23 está em constante evolução nos principais estados. Devido ao clima bastante favorável, chegou a 4,6% da área. O Paraná lidera com 9%, seguido de Mato Grosso, com 8,9%, e de Mato Grosso do Sul, com 6%.
Embarques menores
O baixo interesse nas negociações por parte dos produtores de soja no Brasil refletiu significativamente na exportação mensal. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), houve redução de aproximadamente 12,5% em relação ao mesmo período do ano passado, uma queda de 540 mil toneladas.
O incentivo de negociação com dólar mais valorizado na Argentina foi um dos causadores dessa redução.
O dólar teve forte desvalorização na semana passada. Fechou a sexta-feira cotado a R$ 5,21 (-3,38%).
A queda da moeda foi causada por fatores internos, relacionados aos resultados das eleições no primeiro turno. Esse fator atraiu os investidores estrangeiros.
Contudo, a divulgação dos dados de geração de emprego não-agrícolas (Payroll) nos Estados Unidos, equilibrou a queda da moeda americana. O país criou 263 mil vagas de emprego em setembro, acima da expectativa do mercado de 250 mil.
Segundo o analista de mercado da Grão Direto, com a expressiva queda do dólar, as cotações do mercado brasileiro fecharam a semana com quedas significativas, em relação à semana anterior.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br