A soja viveu a semana passada positiva, apesar do recente receio do mercado com a crise bancária americana, que acabou impactando toda cadeia de commodities.
A valorização do óleo de soja foi o principal impulsionador.
E o petróleo esteve em queda com a decisão do banco central dos Estados Unidos.
Isso ocorreu visto que aumentaram os temores de recessão naquele país, podendo significar uma potencial diminuição da demanda para o petróleo.
E a semana teve queda no dólar por aqui, resultante do aumento de taxas de juros nos EUA e do relatório de empregos não-agrícolas (Payroll) que trouxe números acima do esperado.
Sendo assim, o dólar finalizou a semana sendo cotado a R$ 4,94 (-1,00%).
Diante disso, o contrato com vencimento em maio/23 finalizou a semana cotado a US$ 14,69 o bushel (+1,66%).
E o contrato com vencimento em julho/23 encerrou a US$ 14,37 o bushel (+1,27%).
Com a queda do dólar somada à valorização de Chicago, a semana para a soja fechou positiva, em relação à semana anterior.
EUA: altas temperaturas chuvas
De acordo com o Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), para os próximos haverá um aumento da temperatura acima da média para a região das Dakotas, Minnesota, Wisconsin, Nebraska, Iowa e Illinois.
A previsão é de aumento da temperatura para os sete estados citados poderá influenciar os preços.
Em contrapartida, o que poderá amenizar as incertezas climáticas será a chegada de chuvas nessas regiões, pois todos esses estados estão com o avanço de plantio acima da média.
E, para uma boa germinação da área semeada, chuvas serão necessárias.
Relatório de Oferta e Demanda Mundial
No dia 12 o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) irá lançar novas informações sobre a safra 2022/23 e os primeiros dados da safra 2023/24 nos Estados Unidos.
Antecipa-se uma redução adicional na estimativa de produção da Argentina, uma queda na demanda pela soja dos EUA e um aumento na demanda pela soja brasileira.
Quebra argentina
A quebra de safra da Argentina vai gerar um déficit na produção de farelo e óleo de soja e trará boas oportunidades para o Brasil.
Segundo Ruan Sene, analista de mercado da Grão Direto, esse cenário tende a ficar mais favorável com a chegada do milho da segunda safra no mercado.
É que muitos armazéns vão esvaziar seus silos com soja para receber a produção do cereal.
Isso deve resultar em margens mais positivas para as indústrias processadoras de soja.
Dólar continuará em queda
Após uma semana turbulenta, a moeda americana possivelmente continuará sua tendência de desvalorização no Brasil.
Refletirá a manutenção da taxa de juros interna em altos patamares e, consequentemente, atraindo capital estrangeiro.
Diante disso, de acordo com Sene, as cotações brasileiras poderão ter uma semana de queda nos preços, pressionadas pela evolução do plantio nos Estados Unidos e a queda do dólar.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br