A semana passada foi marcada por recuos generalizados em Chicago. E foram causados, novamente, por temores de uma possível recessão econômica mundial.
O aumento da taxa de juros nos EUA e em vários países da Europa desencadeou receio no mundo, podendo afetar diretamente o consumo de várias commodities, entre elas, a soja.
Além disso, o governo argentino vem garantindo o câmbio mais valorizado na comercialização de soja, promovendo vendas expressivas e causando queda na demanda do grão norte-americano. Por consequência, isso pressiona Chicago para baixo. De acordo com o Ministério de Economia da Argentina, de 5 a 19 de setembro já foram comercializadas 9,3 milhões de toneladas de soja.
Evolução da colheita americana
Outro fator que colaborou com a queda de Chicago foi a evolução da colheita nos EUA. De acordo com o USDA, a colheita da safra americana atingiu 3% da área total. Contudo, os dois maiores estados produtores – Iowa e Illinois – ainda não haviam iniciado a colheita.
De acordo com a plataforma Grão Direto, no Brasil, as previsões apontam para o início de safra com condições climáticas excelentes, com o fim do período de vazio sanitário em alguns estados.
No Paraná, foram iniciados os trabalhos de plantio no dia 10, já avançando bastante. Outros estados representativos em produção nacional, como MT, MS e SP, iniciaram o plantio no dia 15. Além disso, boa parte dos estados terminarão o vazio sanitário ainda esse mês, onde o clima determinará o início do plantio.
Diante disso, as cotações fecharam a sexta-feira no campo negativo, com o contrato com vencimento em novembro/2022 valendo US$ 14,26 obushel (-1,38%). O contrato com vencimento em março/2023 também fechou a semana no campo negativo, valendo US$ 14,34 o bushel (-1,27%).
O dólar teve sua maior alta diária desde abril, porém ainda fechou a semana em leve queda, sendo cotado a R$ 5,25 (-0,19%).
Ruan Sene, analista da Grão Direto, afirma que a semana foi marcada pelas decisões sobre as taxas de juros dos Estados Unidos e do Brasil, além de vários países da Europa. O banco central americano aumentou as taxas de juros do país em 0,75 ponto porcentual.
A nova alta levou a taxa básica de juros dos EUA ao seu maior patamar desde 2008, onde o mundo passou por uma séria recessão econômica.
No Brasil, o Banco Central decidiu manter os juros em 13,75%.
Com a leve queda do dólar e Chicago fechando no campo negativo, as cotações do mercado brasileiro fecharam a semana com uma suave desvalorização em relação à semana anterior.
Atenção ao clima na América do Sul
Para esta semana, segundo a maior plataforma digital de comercialização de grãos da América Latina, o clima na América do Sul continuará sendo acompanhado com bastante atenção pelo mercado diante da evolução do plantio, principalmente no Brasil.
As vendas da Argentina poderão continuar pressionando Chicago, diante da baixa demanda da soja norte-americana.
O dólar deve continuar seu movimento de alta iniciado na sexta, diante da saída da moeda americana do Brasil, na busca de melhor remuneração lá fora. Caso Chicago continue sua tendência principal de queda e o dólar em alta, a semana poderá ser marcada, mais uma vez, por leves oscilações nos preços, em relação à semana anterior.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br
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