A safra americana de soja seguiu se desenvolvendo de forma satisfatória na semana passada, com 20% das lavouras em fase de florescimento, e 3% das lavouras já com formação de vagens.
Ainda durante a semana passada houve uma disparada de preços do óleo de soja, provocado por especulações de maior demanda pelo derivado para a produção de biodiesel nos EUA, e pela disparada do óleo de palma na Malásia.
E após atingir o maior patamar em dois anos e meio (R$ 5,70), o dólar teve uma semana de queda, com promessas de cumprimento do arcabouço fiscal no Brasil.
Em Chicago, o contrato de soja para julho de 2024 encerrou a US$ 11,89 o bushel (+3,30%).
No mercado físico brasileiro houve variados preços a depender da região, puxados pela queda de 2,33% no dólar (R$ 5,49).
O contrato com vencimento em março de 2025 também fechou com uma alta de 2,31% a US$ 11,50 o bushel.
Relatório
Na próxima sexta-feira, 12, haverá mais uma atualização dos números da oferta e demanda mundial, feito mensalmente pelo USDA.
Para esse relatório, espera-se a manutenção do otimismo em relação à safra norte-americana, que poderá trazer uma produção acima de 120 milhões de toneladas.
Também não se espera mudanças nas expectativas de produção brasileira e argentina.
Do lado da demanda, poderá haver leves mudanças, refletindo ainda a baixa demanda pela soja norte-americana.
Exportações recordes em junho
O Brasil exportou 15,4 milhões de toneladas de soja em junho, um recorde histórico para o mês, e superou o acumulado de janeiro a junho do ano passado, com 64,1 milhões de toneladas.
A desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar impulsionou essas exportações, tornando a soja mais atrativa no mercado internacional.
No entanto, esse cenário pode esfriar nos próximos meses com a chegada do milho safrinha.
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Possível retorno da China
A China deve importar volumes recordes de soja em julho, impulsionada por preços baixos e pela possível volta de Donald Trump à presidência dos EUA, o que pode reacender tensões comerciais.
Com a aproximação da colheita nos EUA, a demanda internacional deve migrar para a safra norte-americana.
Se isso ocorrer, poderá fortalecer as cotações de Chicago, levando a um movimento de alta nos próximos meses.
Clima
Apesar das condições favoráveis até o momento, as atenções do mercado continuam direcionadas para o clima norte-americano.
As previsões apontam uma possível dispersão das chuvas a partir desta semana, atingindo regiões de Illinois, Missouri, Kansas, Nebraska e as Dakotas do Sul e do Norte.
Esse cenário não deve trazer impactos significativos na semana, mas caso continue, deve resultar em volatilidade.
As cotações de Chicago tiveram dificuldade em se manter abaixo de 11 dólares por bushel.
No entanto, ainda não há fundamentos concretos que justifiquem uma valorização expressiva no momento.
Além disso, a cotação do dólar continuará buscando níveis mais baixos, pressionando as cotações brasileiras.
Fonte: Grão Direto