Enquanto o plantio avança de forma tímida nas lavouras brasileiras, em função das poucas chuvas, mapas climáticos divergem sobre o início efetivos dessas chuvas no país, trazendo preocupações.
O clima seco e quente tem se estendido pela primeira semana de outubro no Brasil, com previsões de chuvas para o Sudeste e Centro-Oeste a partir do final da primeira quinzena do mês.
Na última safra, atrasos relevantes no plantio aconteceram pela demora nas chuvas, o que resultou em replantios e quebras significativas.
O mercado começa a se preparar para um cenário parecido ao se observar a curva dos prêmios futuros, que sobe conforme os dias de atraso vão se alongando.
Na última semana, inclusive, os prêmios sustentaram preços positivos no Brasil enquanto Chicago recuou.
Conflito no Oriente Médio
Na semana passada, com novos ataques no Oriente Médio, o preço do petróleo reagiu positivamente, o que reflete em toda a cadeia de commodities.
E o óleo de soja acompanhou esse movimento.
A escalada na guerra que tem de um lado Israel e do outro Hezbolah, Hamas e agora o Irã, traz forte insegurança quanto a oferta e logística de petróleo no mundo.
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Israel pode atacar estruturas de refinarias no Irã e, além disso, o Irã já impôs limitações ao escoamento de cargas no estreito de Ormuz, trecho por onde passam cerca de 20% do petróleo mundial.
Para a soja, os impactos podem ser dois: aumento nas cotações do óleo de soja em Chicago, por conta do biodiesel, e aumento no custo logístico.
Economia chinesa
O Governo Chinês agendou para hoje, 8, uma coletiva de imprensa para explicar todos os estímulos econômicos que anunciou há duas semanas.
O mercado ficará atento ao pronunciamento, pois tende a medir a demanda potencial para todas as commodities. É possível que haja volatilidade pela manhã, no horário do evento.
Chicago
Em Chicago, o contrato de soja para novembro encerrou a semana passada em US$ 10,38 o bushel (-2,63%).
Em contrapartida, no mercado físico brasileiro, os movimentos foram majoritariamente positivos, seguindo a alta de apenas 0,37% do dólar, que encerrou a R$ 5,46.
O contrato com vencimento em março de 2025 também fechou em queda de 2,28%, fechando a US$ 10,71 o bushel.
Ainda na última semana iniciou a greve nos portos norte-americanos, com previsões de graves impactos, mas com pressões da Casa Branca e nova oferta salarial, encerrou sem maiores prejuízos.
Com base em todos os fundamentos acima, e observando as tendências do preço, a plataforma Grão Direto avalia que as cotações da soja brasileira poderão ter uma semana positiva diante de cenário adverso.
Fonte: Grão Direto