A crescente demanda por alimento no mundo torna necessário o aumento racional da exploração de áreas cultiváveis, elevando a produtividade. Ou seja: produzir mais no mesmo espaço.
Uma das grandes barreiras dos últimos anos são as rígidas intempéries climáticas que castigam países produtores, como o Brasil. Isso impõe períodos de grande estresse hídrico e/ou de quedas bruscas de temperatura, acompanhadas por geadas inesperadas e intensas. Não há pasto que não sofra.
Sorgo valorizado
Na agropecuária brasileira, o momento é de valorização do papel do sorgo. Algumas cultivares forrageiras estão disponíveis no mercado. Mas um híbrido capaz de ajudar muito o pecuarista – principalmente nesse contexto climático – é o Sorgo Gigante Boliviano.
Seus principais diferenciais são o grande potencial produtivo e a eficiência. Isso segundo Aryadne R. D. Chave, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFMS, em artigo publicado na Revista AG de outubro.
Oirinalmente denominado Agri 002E, marca genética Agricomseeds, desenvolvido pela Latina Seeds, o alimento chegou ao Brasil em 2017. Com vigoroso crescimento vegetativo que gera plantas com alturas entre 4 a 6 metros (motivo pelo qual passou a ser chamado de “Gigante”), tem elevada capacidade de perfilhamento e rebrota, permitindo um ciclo produtivo maior.
Capacidade
Além disso, as plantas podem permanecer por um longo período em estágio vegetativo no campo. O que possibilita a realização de até três cortes em função da elevada capacidade de rebrote. Destaque também para a emissão tardia de uma panícula com pouco ou nenhum grão, destinando todo seu potencial para gerar massa verde, disponibilizando alimento em grande volume.
No Brasil, a principal forma de utilização deste sorgo ocorre na produção de um volumoso ensilado. Tem boa disponibilidade para complementar a alimentação de bovinos em períodos de seca. Pois seu plantio é recomendado para a época mais chuvosa do ano, quando o foto período é mais longo, garantido altas quantidades de matéria seca por hectare (ms/ha).
Fotos: Ariosto Mesquita