Segundo estimativas das Nações Unidas, o mundo chegará à marca de 8 bilhões de habitantes neste mês de novembro.
E este número tem relação com a sustentabilidade da agricultura brasileira.
Garantir a segurança alimentar no planeta, ao mesmo tempo em que o mundo amplia os esforços no combate ao aquecimento global. Este é um dos temas em discussão na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 27.
O evento ocorre de 6 e 18 de novembro, em Sharm El-Sheik, Egito.
Um dos maiores produtores de alimentos do mundo, o Brasil caminha para mais um recorde na produção de grãos, e deverá atingir 313 milhões de toneladas,
Foi o que apontou o 2º Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023, divulgado nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Caso as projeções se confirmem, o país ampliará em 42 milhões de toneladas o recorde obtido na temporada recentemente finalizada. Nesta, foram colhidas 270,9 milhões de toneladas.
Como equilibrar a curva ascendente de sua produção agrícola e, ao mesmo tempo, fortalecer a posição brasileira de grande exportador de alimentos? Tudo isso com base em processos sustentáveis.
Eis uma das principais preocupações do setor agroindustrial brasileiro.
E este é um dos tópicos apresentados pelo país no estande do Brasil no Sharm El-Sheikh International Convention Center (SHICC), palco da COP 27.
Propostas do agro brasileiro
Uma comitiva da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) esteve reunida no mês passado com representantes do Governo Federal. Os ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes; do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e das Relações Exteriores, Carlos França, receberam propostas do setor agropecuário para a COP 27.
O documento prioriza os seguintes pontos como a nova meta de financiamento climático.
1 – mecanismos focados em adaptação;
2 – plano de ação para a agricultura;
3 – operacionalização dos mecanismos de mercado de carbono;
4 – além de recomendações de ordem geral aos negociadores brasileiros, de modo que a agroindústria nacional esteja cada vez mais alinhada com uma produção sustentável.
Código Florestal rígido
Outro ponto importante ressaltado pelo Brasil na COP 27 é que a produção agrícola sustentável no país está amparada pelo Código Florestal.
Este é uma das legislações ambientais mais rígidas do mundo. E que determina, por exemplo, a preservação de vegetação nativa nas propriedades rurais.
Plano ABC
O país conta ainda com outro instrumento legal importante: o Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC).
O Plano ABC foi criado com a finalidade de organizar e planejar ações para a adoção das tecnologias de agricultura de baixo carbono.
E tem como objetivo contribuir para que o Brasil possa atingir compromissos internacionais relativos ao desenvolvimento sustentável. E também ao combate à mudança do clima. Assim como a redução de emissões no setor agrícola.
Esses esforços do agronegócio brasileiro somam-se aos compromissos assumidos pelo Brasil durante a COP 26, em novembro de 2021, em Glasgow, no Reino Unido.
Na ocasião, o país se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030. E a zerar o desmatamento ilegal até 2028.
Além da restauração e reflorestamento de 18 milhões de hectares de florestas para uso múltiplo até 2030. Com participação estimada entre 45% e 50% de energia renovável na matriz energética em 2030.
Estande brasileiro
No estande montado pelo Brasil na COP 27, os visitantes, além de acompanhar as palestras e debates promovidos por especialistas da esfera federal e de outras entidades ligadas aos temas da conferência, terão a tecnologia como aliada.
O ambiente conta com um estúdio para a realização de palestras presenciais e online com interação direta com o Brasil e dispõe de sistema de tradução simultânea para inglês e português.
Óculos de realidade virtual permitirão aos visitantes fazer um passeio pela Amazônia. E vo estande também terá uma área imersiva onde será possível experimentar sensações ligadas às fontes de energia limpa – vento (eólica), calor (solar) e barulho do mar (eólica offshore), entre outras.
A estrutura conta ainda com um imenso telão de led que disponibiliza imagens que mostram o potencial do Brasil de acordo com os temas apresentados em cada painel.
O estande do Brasil tem o apoio das seguintes entidades: Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Fonte: Ministério da Agricultura