A agricultura brasileira está à beira de uma transformação sustentável, impulsionada pela adoção crescente de bioinsumos.
O diretor de Sustentabilidade da Associação Brasileira de Indústrias de Bioinsumos (Abinbio), Fernando Sousa, lança luz sobre o papel destes produtos na redução das emissões de gases de efeito estufa e na promoção de práticas agrícolas mais ecológicas.
“Nosso desafio é claro”, afirma Sousa. “O Brasil é o sexto maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, com a agricultura respondendo por 30% dessas emissões”.
Com uma meta ambiciosa de reduzir as emissões em 50% até 2030, o país busca soluções inovadoras, e os bioinsumos emergem como protagonistas neste cenário.
A diferença é impressionante: enquanto a produção de um litro de defensivo químico convencional emite entre 20 e 25 quilos de CO2, o mesmo volume de bioinsumo gera apenas 3 a 5 quilos.
“Se substituíssemos completamente os defensivos químicos por biológicos, poderíamos reduzir em até 90% as emissões de CO2 da agricultura”, explica Sousa.
Sem resíduos no solo
Mas os benefícios vão além da redução de emissões.
Os bioinsumos não deixam resíduos no solo ou nos alimentos e são mais seletivos, preservando a biodiversidade.
Isso é particularmente importante no contexto da agricultura tropical brasileira, onde o ciclo das pragas é contínuo.
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Sousa enfatiza a importância da regulamentação: “Produtos fiscalizados pelo Ministério da Agricultura (Mapa), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) garantem segurança para humanos e meio ambiente”.
Ele alerta sobre os riscos de produtos não-regulamentados, produzidos de forma caseira, on farm ou até mesmo clandestina, que podem conter contaminantes prejudiciais.
A adoção de bioinsumos alinha-se com o conceito de sustentabilidade defendido por Sousa.
“Atender às necessidades da geração atual sem comprometer os recursos para as gerações futuras”, define.
“O Brasil, como um dos maiores mercados de proteção de plantas do mundo, tem uma oportunidade única. A transição para bioinsumos não apenas reduz a pegada de carbono, mas também posiciona o país na vanguarda da agricultura sustentável global”, destaca.
Enquanto o setor agrícola enfrenta pressões para aumentar a produção e reduzir o impacto ambiental, os bioinsumos oferecem uma solução promissora.
Os produtos representam não apenas uma mudança nas práticas agrícolas, mas uma revolução na forma como pensamos sobre a produção de alimentos e a preservação do planeta.
À medida que mais agricultores adotam essas soluções inovadoras, o Brasil caminha para um futuro onde a produtividade agrícola e a sustentabilidade ambiental andam de mãos dadas. A revolução verde está apenas começando, e os bioinsumos estão liderando o caminho.
Fonte: Abinbio