O mercado brasileiro de trigo teve outra vez a semana passada ditada pelas incertezas que cercam os negócios com o cereal.
Segundo o analista de Safras & Mercado Elcio Bento, o cenário é esse no Brasil e no mundo.
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No mercado brasileiro os compradores acreditam em novas quedas do preço, e, os que estão bem abastecidos, seguem de fora do mercado, esperando por melhores oportunidades.
Essa postura se justifica tanto pela recente forte queda internacional, quanto pelo início da colheita no Brasil.
Ainda que seja incipiente no Paraná, a entrada da oferta deve pressionar as cotações para baixo.
Chicago em alta
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago, o trigo fechou a semana em alta.
Por outro lado, a consultoria russa SovEcon anunciou que a atual tendência de alta nos preços da Rússia não parece sustentável, uma vez que a oferta deve seguir em níveis historicamente elevados.
Bento observa que, no mercado interno brasileiro, aqueles moinhos que precisam de compras imediatas encontram vendedores inflexíveis.
Isso se deve à escassez de oferta da safra velha, além de sinais de clima adverso no Brasil e, mais recentemente, na Argentina.
Menos estoque
Conforme o analista, o destaque da semana foi o resultado do balanço da oferta e da demanda brasileiro na temporada 2023/24, que mostra estoques finais de 679 mil toneladas.
O volume corresponde a uma retração de 51,3% em relação aos 1,393 milhão de toneladas da temporada anterior.
O montante de trigo nacional em grão disponibilizado para os moinhos foi de 6,72 milhão de toneladas, suficiente para atender 54,4% da sua necessidade.
Na temporada anterior o montante foi de 8,661 milhões de toneladas e atendeu 68,2% da moagem brasileira (o maior percentual desde a metade da década de 1980).
Fonte: Safras & Mercado